sábado, 30 de outubro de 2010

Medicina Diagnóstica 2

Como pode ser inocente um pensamento-reflexão sobre um teatro que vira hospital.

Holter - a novela

Me dirigi à clínica ProEcho unidade Niterói para colocar o aparelho que gravaria por 24 horas meus batimentos cardíacos.

Preciso dizer que não foi fácil marcar o exame: liguei várias vezes para a Cardiolab Icaraí e Centro eles estavam "sem sistema"; liguei para a Amil buscando alternativas e eles me deram duas opções - Sérgio Franco e BabyCor, esta última não era viável por motivos óbvios e o SF podia agendar para o dia 24 de dezembro (sem comentários) na unidade Piratininga; fui para a internet e encontrei, no site da Amil, a rede ProEcho, só então liguei e agendei meu exame para um domingo de manhã.

O acesso à clínica não é dos melhores se você não estiver de carro. Peguei um táxi. Eles pedem para que o paciente (que eles transformam em impaciente em pouco tempo) chegue meia hora antes da hora marcada. Depois de preencher a guia do plano de saúde, a atendente disse: "é SÓ aguardar" - acho incrível elas usarem o SÓ. Aguardei meia hora, isso porque eu era a única paciente... até que surgiu uma outra pessoa para informar que o aparelho estava com defeito!

Eles só descobriram isso naquela manhã de domingo... e ainda queriam remarcar para terça ou quarta-feira. Eu não quis, expliquei que colocaria o holter por necessidade e não por diversão, por isso tinha pressa e por isso estava ali num domingo de manhã; peguei a guia da Amil e fui embora sem fazer muito alarde, no íntimo jurava que nunca mais voltaria, mas algo me dizia para silenciar.

Liguei novamente para a Amil, expliquei o caso, reclamei do atendimento deles pois não têm informações atualizadas para passar aos clientes e pedi que registrasse reclamação contra a ProEcho. Além das clínicas informadas no telefonema anterior, essa educadíssima atendente de telefone me deu nova opção.

Eu não tinha outra alternativa a não ser aguardar até o dia seguinte para continuar tentando, enquanto isso, as palapitações continuaram. Segunda-feira - dia útil - liguei e o Centro Médico Niterói não colocava holter pela Amil. Esqueci de mencionar que já tinha ligado para o HCN e o Centrocardio e eles também não colocavam. Tentei de novo as Cardiolabs, mas continuavam sem sistema.

[Escrevo à mão, à luz de velas, pois falta luz há duas horas e a Ampla ainda não deu o ar da graça.]

Voltando. Percebi que não conseguiria marcar o exame e entendi aquela intuição de domingo, liguei para a ProEcho e marquei para o dia seguinte. Lá estávamos eu e a guia da Amil para nova tentativa.

A colocação do aparelho é simples, 4 ou 5 eletrodos são colocados em determinados pontos do tórax e presos com esparadrapo antialérgico, eles são ligados a um aparelhinho que é fixo no paciente através de um cinto. OK. A moça tinha uma foto de um homem sem camisa com o aparelho. Fiquei super feliz, pois isso demonstrava o quanto ela estava preparada e segura para o procedimento..., não bastasse, o aparelho começou a apitar e ela colocava e tirava a pilha... Perguntei se aquele era o aparelho com defeito, respondeu que não sabia que tinha um aparelho com defeito, mas que não era aquele.

24 horas depois voltei para retirar. Algo me disse que podia não ser o fim. Na quinta-feira me ligam... eu teria que colocar o holter de novo, pois tinha dado problemas com a leitura... Por meio segundo pensei em ser educada, mas não deu, falei da incompetência da clínica, do absurdo, etc, etc. A moça disse: "a senhora tem disponibilidade amanhã?" Ela ouviu mais... como assim??? O cliente reclama, com toda razão, e o que ela diz? Nada, ela simplesmente não considera, finge que não ouviu e oferece novo horário como se fosse a coisa mais normal do mundo. Um caos. Marquei, sabendo que não me submeteria à incompetência deles mais uma vez.

Fui no dia seguinte pedir a guia, não queria que eles recebessem pelo que não fizeram. Mas a guia já tinha ido para o faturamento - essa parte funciona e rápido - a supervisora veio me atender, pedi um documento como garantia que eu retiraria a guia na semana seguinte, ela disse que não existia esse documento, expliquei-lhe que era só ela escrever num papel e assinar, ela disse não poder fazer isso e não tinha um supervisor da supervisora que pudesse fazê-lo, quer dizer, ninguém se responsabilizava. IMPRESSIONANTE.

Consegui resgatar a guia, mas precisei pedir outra à médica e ir até a agência Amil para autorizar, finalmente marquei na Cardiolab, tirei hoje e espero o resultado para o dia 8 de novembro, voltarei à médica dia 9, isto é, quase um mês depois da primeira consulta. Não tenho nada grave, se não já teria tido um "treco".

Detalhe 1: o primeiro exame não obteve leitura porque a colocadora de eletrodos achou que era um exame de tireóide e mama. Ela colocou oseletrodos completamente fora dos lugares adequaados, a foto-modelo não ajudou...
Detalhe 2: no episódio em que "soltei os cachorros" na simpática que oferecia novo horário na clínica incompetente, tive uma taquicardia, resultado da muita raiva que senti momentaneamente. Depois disso o coração voltou ao ritmo normal, desde então não tive mais palpitações, a burocracia da medicina diagnóstica acabou com meus sintomas... Será que é tudo proposital?

sábado, 16 de outubro de 2010

Medicina Diagnóstica

Outro dia conversava com uma amiga sobre os tantos exames médicos a que nos submetemos. Por um lado, é fantástico acompanhar o progresso tecnológico, com seus scans e afins; por outro, nos surpreendemos um pouco a serviço dele, algo como o feitiço virando contra o feiticeiro. Ela comentava sobre custos (subjetivos, já que tem direito a plano de saúde) entre consultas médicas e exames e expectativas acerca do resultado dos exames e diagnóstico e prognóstico. O tema envolvia um que de nostalgia.

Hoje, sábado de manhã, fui fazer um ecocardiograma com doppler colorido, eco para os íntimos. Amanhã, provavelmente um lindo domingo de sol ameno, irei colocar um holter para investigar durante 24 horas o que anda fazendo o meu coração. Antes disso, ontem, estive oferecendo meu sangue para análise de eletrólitos e ainda devo ao laboratório material para verificação de possíveis elementos anormais e sedimentares. Claro que tudo isso foi recomendado por um médico a quem eu procurei pedindo orientação por não estar me sentindo bem. Há mais de um mês sinto palpitações, meu coração anda pulando mais do que o normal e às vezes por um tempo longo demais, esperei que ele se tranquilizasse a seu tempo, mas, como ele estava resolvido a continuar com o mau comportamento, resolvi procurar conselho especializado. Liguei e marquei uma consulta para duas semanas depois, nesse ínterim, imaginei que talvez não precisasse mais e, quem sabe, poderia desmarcar, pois o coração resolvia a seu bel prazer dia e hora que iria saracotear - da mesma forma que o joelho esquerdo, que dói a hora que bem entende, sem maiores motivos e explicações. Enfim, na quinta passada consultei-me.

Voltando à manhã de hoje. Eu não conhecia o endereço onde faria o exame, pois é um novo anexo do hospital. O rapaz com quem falei por telefone para marcar me informou a localização, pensei saber onde ficava, mas dei uma confirmada no Google. Não pude deixar de lembrar da conversa com a minha amiga do início do post. O anexo hospitalar funciona num teatro que já não funcionava há anos. Num prédio de arquitetura antiga, com florões, algumas partes do piso em mármore. A pintura é na cor areia, nova, limpa, asséptica, estéril. Persianas modernas, novas, na cor areia, combinando. Bromélias pegando um solzinho junto a grandes vidros que garantem iluminação natural. Na frente, ainda antes da entrada, um mini parquinho infantil com aqueles brinquedões de plástico. Pessoas - poucas, fazendo seu serviço educadamente e o mais silenciosamente possível. Letreiros indicativos na cor azul: acesso restrito, exame, saída; a expressão medicina diagnóstica é vista em placa azul grafada com grandes letras brancas.

Também não pude deixar de pensar em o que leva um teatro a ficar fechado por anos e o que leva à multiplicação em progressão geométrica de matrizes, filiais e anexos para o cuidado com a saúde ou atenção à doença ou medicina diagnóstica. O quê?

Estava até agora pensando nisso, então resolvi escrever para pensar melhor e para compartilhar essa sensação. Porque parece tudo muito óbvio, muito correto e adequado - afinal são mais unidades de atendimento para (uma parte) da população; mas eu fico perplexa, talvez nem tanto, acho que surpresa ou um pouco indignada. Afinal, por que mudamos tanto as nossas prioridades? Que valores são caros para nós? O que queremos da vida? O que esperamos dela e o que fazemos para que ela flua em conformidade com nossos desejos? De que temos nos alimentado? Em que medida não nos cuidamos verdadeiramente? Que uso fazemos do conhecimento?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Alegria, alegria!!!!!

Alegria de reeleger os meus candidatos!!!
Alegria de acompanhar seus mandatos!!
Alegria de participar de suas campanhas!

Chico Alencar e Marcelo Freixo
Essa dupla faz diferença!!!!


Arte de campanha

"Chico Alencar foi reeleito deputado federal com votação recorde – 240.724 votos. Com desempenho semelhante, Marcelo Freixo terá novo mandato na Alerj – 177.253 votos. É a vitória de uma campanha feita por ideologia, sem cabos pagos ou placas na rua." (Fonte: www.chicoalencar.com.br)