sábado, 29 de março de 2008

Lapso

Do livro Conto a Gotas, ainda não publicado.

Era uma família de muitos irmãos. Família tradicional, com muito orgulho. Todos já estavam casados, tinham suas próprias famílias e maneiras de ver a vida. Encontravam-se com alguma freqüência, sempre em reuniões ou jantares animados e longos. Família numerosa. Havia grandes amores e alguns desafetos sempre disfarçados. Não valia a pena discutir algumas coisas, tornar público outras, levar a sério o que não era possível sustentar. Viviam assim e eram tão felizes quanto todas as outras famílias. Mas, um dia não foi possível encobrir o acontecido. Afinal, nem tudo pode ser contido. E o escândalo aumentava a cada fato novo. Edgar amava a mulher e acreditava, verdadeiramente, na recíproca. Nunca tinham tido grandes problemas e enfrentavam os desafios da vida como uma equipe. Mas a mulher o traíra. Uma única vez. O perdão não era humanamente possível. Encontrara, por acaso, com Ney, um amigo de infância, que disse ter visto sua esposa e seu irmão mais novo saindo de um motel. Não havia dúvidas, a placa do carro fora anotada. Edgar estava transtornado. A família não sabia como agir. Meses depois, Edgar foi absolvido, a alegação de perda temporária de consciência fora aceita.

terça-feira, 18 de março de 2008

Será?

Será que procuramos nossos males?
Sim.
Mas em que medida?
Consciente ou inconscientemente?

Doenças, dívidas, vícios, perdas, desencontros - destino ou escolha?

Seja como for, dá em todo mundo.

Talvez, às vezes, seja melhor calar sobre o mal alheio, para evitar ouvir o que não queremos ou magoar alguém.