domingo, 27 de dezembro de 2009

Sonhos

Lembro de muitos sonhos que tenho durante as noites. Às vezes escrevo alguns, às vezes acordo pensando no que posso aproveitar, às vezes lembro ao acordar e esqueço em seguida. Alguns fragmentos [mensagens?] que registrei:

Flores são metáforas.

Não desistir se forem muitos os estrangeiros.

Não force a natureza.

Pode-se enterrar alguém antes de morrer?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

domingo, 29 de novembro de 2009

Mude uma vida, mude o mundo.

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Aqueles riscos eram fios.

(...) Eram sempre fechados. Hoje eram vários, abertos, dialogando. Os outros também dialogavam, mas eram um. Hoje são mais. E abertos. Traços curvos, ondulados, pontiagudos; hoje, fios soltos. (...) Transparência, avesso, liberdade. Os (...) riscos mudaram, os olhos têm mais caminhos para percorrer, e há surpresa. O conteúdo espalhou-se ou mesmo não há conteúdo. Sem conteúdo, nada está contido, o conteúdo é em si mas não condena ao espaço limitado.

Uma certa apreensão, retorno de um desconforto, da dúvida, do mesmo trilho. A dúvida, a dúvida, a dúvida. De novo o medo de errar.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pronunciamento do deputado estadual Marcelo Freixo

Dia 20 de outubro, depois da viagem à Europa organizada pela Anistia Internacional.
Fonte: http://www.chicoalencar.com.br/chico2004/chamadas/pronuncs/pronunc20091029a.htm



"Vim direto do aeroporto para o plenário. Estou ainda um pouco tonto porque 12 horas de viagem não é algo simples nem fácil. Mas preparo (...) um relatório de todas as visitas, de todas as reuniões em todas as cidades. Foram 13 cidades diferentes em seis países, em 35 dias. Então, é evidente que tenho bastante trabalho. Em todos os países, as reuniões foram sempre com o Parlamento, com o Governo, na maioria das vezes com os Ministérios de Relações Exteriores, com a sociedade civil, com a Academia, com o pensamento de cada país, o que foi muito importante. Descobri, por exemplo (...) que na cidade de Colônia, uma bela cidade da Alemanha, há um mestrado e uma das teses que estão sendo produzidas lá é sobre as milícias do Rio de Janeiro. A estudante que está elaborando essa tese, evidentemente veio conversar e disse que a principal fonte de pesquisa era o relatório produzido pela Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou as milícias nesta Casa. De alguma forma, são sinais da globalização, também. Em todos os países, explicitando quais eu visitei - Alemanha, Holanda, Espanha, França, Bélgica e Itália - sempre fui muito bem recebido e sempre uma grande surpresa para mim, principalmente dos parlamentos de cada um deles, do quanto conseguimos aqui, através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, porque não foi fácil enfrentar o crime organizado. Esse também é papel do parlamento. Eu quero somar a esta fala de uma prestação de contas inicial que faço, pois acabei de chegar e sei que devo, é minha obrigação prestar contas por escrito. Quero dizer o que fui fazer lá, o que foi feito, trazendo todas as reportagens que saíram sobre a nossa visita a esses lugares. Essa deve ser a prática desta Casa. Se nós saímos, se não estávamos aqui trabalhando, se estávamos trabalhando em outro lugar, em outro espaço, a prestação de contas é obrigatória. Deve ser sempre assim: na volta de qualquer viagem, o parlamentar tem que apresentar um relatório para dizer porque estava ausente. E, se não foi a trabalho, então que não receba o seu salário daquele mês. É o mínimo de seriedade que a gente exige. Portanto, como cheguei hoje, garanto que até quinta-feira estarei apresentando esse relatório atualizado, mas trago algumas informações imediatas. Quero dizer (...) que no início, até porque eu comecei a visita pela Alemanha, encontrava uma grande dificuldade pedagógica - e olha que eu tenho 19 anos de sala de aula, de magistério, e ainda dou aula, ainda estou em sala de aula - mas tinha uma dificuldade pedagógica muito grande de fazer com que algumas pessoas, principalmente na Alemanha, compreendessem o fenômeno da milícia. Quando eu dizia, ..., que não são paramilitares, porque o 'efeito Colômbia', o modelo da Colômbia é muito conhecido na Europa. Só que a nossa milícia é diferente do modelo colombiano: nós não temos paramilitares, eles formam uma força que está dentro da Polícia, dentro das forças públicas, não está fora, mas é uma força paralela que não está fora do Estado, que age dentro do Estado e se utiliza da carteira, se utiliza da arma para implementar e organizar o crime. Diante disso, havia alguma dificuldade de compreensão de como é possível acontecer. Quando eu dizia que setores do poder público organizam crime, dominam territórios e dominam, por exemplo, atividades econômicas, mas não fazem tráfico de drogas - esta é outra comparação equivocada que fazem com experiências, por exemplo, do México ou da Colômbia. Não há tráfico de drogas nas milícias, a atividade econômica é outra e é mais lucrativa, diga-se de passagem, do que o tráfico. Eu lhes dizia que dominam o transporte alternativo. Aí (...) fazer o povo da Alemanha, por exemplo, entender o que significa transporte alternativo, era uma dificuldade muito profunda. E tive de dizer que existe o transporte alternativo porque o transporte público não funciona, porque o transporte público no Rio de Janeiro está entregue nas mãos dos donos de empresa de ônibus, que financiam campanhas e depois não são cobrados devidamente das suas obrigações, por isso não permitem, por exemplo, que nosso metrô tenha algum nível de dignidade nos serviços oferecidos à população, porque as relações políticas que pairam sobre o interesse público impedem que nosso transporte coletivo tenha alguma qualidade. Fazer com que essas pessoas entendessem isso, em alguns lugares, era muito difícil. Fazer com que isso pudesse gerar a idéia de que era o braço econômico do crime que se alimentava de um Estado que propositalmente não oferece seus serviços para a população, era mais difícil ainda. Como lhes explicar, por exemplo, que setores do poder público dominam a distribuição de gás em diversas áreas do Rio de Janeiro, em mais de 200 áreas do Rio de Janeiro? Como explicar que desviam sinais de TV a cabo? E fazem com que isso dê um montante, como, por exemplo, uma milícia investigada por nós e depois comprovada pela investigação da Draco, já tivesse um faturamento de um milhão e meio de euros. E se fizéssemos isso convertido, por mês, vai dar, aproximadamente, cinco milhões de reais. Tudo conseguido, tudo conquistado através das falhas do Estado, através da lacuna deixada pelo Estado na vida dessas pessoas das áreas periféricas e pobres no Rio de Janeiro. É um Estado que não é para todos; uma cidade que não é para todos, mas para alguns. Essa era uma dificuldade que precisávamos superar na hora de conversarmos sobre o crime organizado dentro do Estado.(...) Não existe crime organizado fora do Estado no mundo inteiro. O crime só é organizado quando feito por dentro do Estado. O crime fora do Estado existe, mas é um crime desorganizado, é um crime desarticulado, é um crime que não tem conexões. É um crime feito a partir de um Estado que se apresenta seja qual for, pela sua lacuna no que diz respeito a uma política de direitos, pela lógica da repressão. Mas, evidentemente, crime organizado só existe diante do Estado e dentro das máquinas públicas, operado por agente da máquina pública. Não é possível o crime ser organizado fora do Estado. Mesmo esses que, aparentemente, surgem de áreas onde supostamente não temos o Estado, o que não é bem verdade. Nós temos o Estado presente nas favelas, através do braço de controle da Polícia. Nós não temos o Estado presente na garantia dos direitos, com escola de qualidade, com saúde pública de qualidade, com transporte, com política de empregos. Isso nós não temos garantido, mas temos o Estado presente na lógica do controle, na lógica de guetificação, na criminalização da pobreza. (...) uma provocação propositiva: eu não considero que falte política de segurança para o Estado. Essa é a política de segurança. Não existe ausência do Estado, existe um determinado modelo de Estado para essa população, e há falhas. A Polícia do Rio de Janeiro cumpre ordens. A Polícia do Rio de Janeiro é absolutamente vinculada e articulada aos interesses políticos. Foi criada assim há duzentos anos. A Polícia do Rio de Janeiro foi criada pela Família Real quando chegou ao Rio de Janeiro para proteger a realeza dos escravos, dos pobres e dos negros que circulavam pelo centro do Rio. A Polícia continua, numa perspectiva histórica, com uma função muito semelhante a de proteger a casa grande dos riscos da senzala. É um modelo de guetificação e de controle da população pobre. Não é uma falha do Estado. Este é o Estado. Não é uma ausência de política. Esta é a política do controle através, única e exclusivamente, da repressão, onde o controle é mais absoluto e moderno, com ocupações policiais. Vamos viver um momento importante no Rio de Janeiro, que é a chegada da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Não só das Olimpíadas, mas da Copa do Mundo também. É uma grande oportunidade para que possamos virar uma determinada página no Rio de Janeiro, que é a página da hipocrisia. Para repactuar a ideia de cidade. Para rediscutir o papel que as favelas têm no Rio de Janeiro. Para romper com a ideia de que a favela é sempre um debate de Polícia, marcado pelas sucessivas tragédias. Ou é um helicóptero matando, ou é um helicóptero sendo derrubado. Quem não lembra daquela ação, em Senador Camará, do helicóptero fuzilando todo mundo? O Deputado Paulo Ramos, à época lembrava que qualquer dia um helicóptero seria derrubado, e agora foi derrubado. São marcas de tragédias que provocam nossa hipócrita amnésia. Uma tragédia apaga a outra, e vamos nos esquecendo de tudo. Chacinas e mais chacinas, como tivemos na década de 90 e continuamos a ter agora. O que foi o Complexo do Alemão? É preciso romper. Não existe história do Rio de Janeiro sem a história de suas favelas. Mais de um terço da população do Rio de Janeiro vive nas favelas. O risco para o Rio de Janeiro não é o dia em que a favela descer. Ai do Rio de Janeiro, ai das olimpíadas do Rio de Janeiro se um dia a favela não descer! Porque se, um dia inteiro, todos os moradores da favela não saírem de casa, o que funcionará no Rio de Janeiro? Qual serviço vai funcionar no Rio de Janeiro? Nada funcionará, porque continua sendo as mãos e os pés desta Cidade. Mas, equivocadamente insistimos em fazer um discurso de criminalização da pobreza e tratando sempre as favelas como caso de polícia. Um procedimento que cria um aspecto do medo, que provoca a intolerância, e V. Exa. sabe muito bem o quanto este debate é importante, o quanto o medo é estratégico para uma determinada concepção de Estado, que quer provocar, num determinado setor a quem não lhe deu direitos, a perspectiva do medo da construção do inimigo público. Este é o momento em que o Rio de Janeiro tem a chance de fazer um debate, aberto para o mundo, de repactuação da sua concepção de cidade. Não podemos perder essa perspectiva e achar que a saída para isso é um grande muro na Linha Amarela e na Linha Vermelha, porque vamos passar por ali e o problema estará bem distante: do outro lado do muro. Um dos lugares que visitei oficialmente pelo Parlamento foi a Alemanha. Uma das referências da concepção de cidade, em Berlim, hoje, é a ausência do muro. Berlim é uma das cidades mais importantes do Século XX. É só pensarmos o quanto o Século XX foi marcado pela 1ª Guerra, pela 2ª Guerra, pela ascensão do nazifascismo, no período entre guerras, pelo pós-guerra e o papel predominante de Berlim em todos esses debates, pela queda do muro no final da década de 80. Berlim é protagonista durante todo o Século XX. Toda a concepção de Berlim, em pouco tempo, será indiscutivelmente a principal cidade européia. Todo o conceito que Berlim desenvolve hoje, de cidade, está calcado como referência simbólica mais importante o rompimento de muros. Nos restos do muro de Berlim que sobraram, que virou lugar de visitação, tem uma frase, que fotografei e vou mandar de presente para o Governador, dizendo: "Muitos são os muros que ainda precisam ser derrubados". Está escrito num pedaço, que ficou em pé, do muro de Berlim, é principalmente aos muros que provocam a invisibilidade de um setor dessa população, que gera o preconceito, que gera a intolerância, que gera a ideia de que o Rio está em guerra e que a solução para esta guerra é eliminarmos o inimigo. Não é disso que estamos precisando, porque não fizemos outra coisa, na história da República do Rio de Janeiro, que não eliminarmos inimigos e produzirmos inimigos. Foi isso que a ditadura fez com os subversivos, comunistas e todos aqueles que foram ditos "inimigos da pátria". E agora? Os "inimigos da pátria" são os que sobraram de uma sociedade de mercado. E o nosso Estado continua eliminando esses inimigos, e produzindo inimigos e trabalhando com a lógica do medo. É isso que precisamos superar. Este Parlamento tem um papel fundamental como teve no enfrentamento das milícias e continua tendo uma posição fundamental na cobrança desse Governo de uma política de Segurança Pública, que não seja calcada na intolerância, no preconceito e na violência. O Estado não pode disputar com o crime quem é mais violento, mais bárbaro, mais brutal. O Estado tem outro papel, e que não é o que será escrito apenas pela Polícia. (...) de todos os países que visitei, a Itália foi o lugar onde mais facilmente fomos compreendidos, por razões óbvias. Quando começamos a falar do funcionamento das milícias, na metade da frase, qualquer um, da imprensa ao governo italiano, diziam: isso é máfia. Não precisa continuar falando, isso é máfia, todas as características da máfia. Esta Casa deu início ao enfrentamento de uma máfia, porque chamamos de milícia equivocadamente, foi o nome dado pela imprensa e que não mais vamos tirar. Mas se trata de máfia. O que fizemos foi iniciar um processo de enfrentamento, que está longe de ser o final. As milícias se organizam para retomarem ano que vem, o espaço perdido na batalha que travamos aqui dentro. Nós temos responsabilidade pelo que já iniciamos. Hoje, esse é um assunto discutido em boa parte do mundo. E boa parte do mundo tem o olhar sobre o Rio de Janeiro. E esse olhar para o Rio de Janeiro não pode ser apenas, (...), o de um bom lugar para os Jogos Olímpicos. Aqui tem que ser um bom lugar para se viver. É isso que a gente espera. Muito obrigado. Estamos de volta e em breve um relatório será entregue a todos os senhores."

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mude uma vida, mude o mundo.

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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Novo consultório

Atendimento a crianças, adolescentes e adultos
Atendimento a gestantes
Vivências Criativas
Terapia Floral

* Arteterapia - É o processo terapêutico onde diversos tipos de recursos expressivos são utilizados visando possibilitar ao indivíduo vivenciar seus sentimentos, conflitos e buscas de modo que a cada construção externa-expressiva haja também a possibilidade de compreensão e reorganização internas.

* Atendimento a gestantes - Temas: gravidez, parto, nascimento, pós-parto, amamentação, cuidados e vínculo com o bebê. Os objetivos são informar, diminuir a ansiedade, trabalhar a imagem corporal e a interação com o bebê.

* Vivências Criativas - Qualidade de vida, autoconhecimento e crescimento pessoal através do exercício da criatividade. A dinâmica do trabalho decorre da união de recursos expressivos [pintura, mosaico, escrita, simbologia, etc.] e da expressão criativa dos participantes.

* Florais de Bach - Têm como objetivo estabelecer o equilíbrio entre o corpo, a mente e a alma. Não são medicamentos e não substituem a necessidade de cuidados médicos e psicológicos, agem como um sistema natural e complementar de cura.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Flor do Canto - grupo vocal


PROGRAMAÇÃO DO
FESTIVAL INTERNACIONAL DE CORAIS
BELO HORIZONTE 2009

18 de setembro
20h - Conservatório UFMG

19 de setembro
10h - Museu Histórico Abílio Barreto
19h - Igrejinha da Pampulha

20 de setembro
11h - Inhotim Centro de Arte Contemporânea

domingo, 13 de setembro de 2009

O ócio

O ócio quando não é criativo é vingativo: se insurge com fúria contra a pessoa em descanso e vira tédio. O tédio é corrosivo. Uma pessoa entediada pode ser agressiva consigo ou com quem estiver mais perto ou for mais próximo, é capaz de dizer o que sempre conteve, pode dizer o que nunca achou ou dizer o que não é verídico. Uma pessoa entediada não está. Está fora de si. Falta-lhe o tom. Ausência que leva a excessos em busca do preenchimento.

domingo, 6 de setembro de 2009

Sobre doença e psique

A Jóia na Ferida
O corpo expressa as necessidades da psique e oferece um caminho para a transformação
Livro de Rose-Emily Rothenberg, analista junguiana


"Os sintomas contam uma história que deve ser ouvida."
"Do âmago da dor veio a fonte de cura."
"Questões coletivas em jogo."
"O derramamento de lágrimas derrete o gelo."
"A aparição da doença significa que você deixará o paraíso, por bem ou por mal."
"Sem o impacto total do sofrimento e da experiência da graça, corpo e espírito não podem se reconciliar."
"Feridas psicológicas podem ser o fator precipitante."
"O caminho de volta para a aldeia interna só se faz pelo sacrifício."
"Quem encontra a nutrição do inconsciente nunca mais terá fome."
"Podemos suportar quase tudo se conseguirmos enxergar a situação em seu contexto mais amplo."
"O inconsciente guia-nos em direção ao que precisa ser integrado e coloca-nos em contato com o eterno."

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Aquele querido mês de agosto

Adorei o título!
Gosto de agostos e tenho 1 querido mês de agosto especial.
Soou um pouco autoral.
Fui ver.

Quase 150'.
Um curta dentro de cortes, recortes e fragmentos que não se unem e não fazem sentido.
Ah! Há um fio condutor - a música.
Por 1' achei que o Miguel Gomes tinha sido genial.
Mas não gostei.
Não gostei mesmo.
Se a ideia foi genial, a realização não: faz o público desistir.

Desde o início não estava gostando, mas tenho o (mau?...) hábito de acreditar que dá pra melhorar; fiquei até o final, como sempre meu limite é hiper estendido.
Não sei por que demoro tanto a desistir do que não é bom pra mim.


Talvez porque me faça refletir.


p.s.: quando o filme começou éramos uns 11 ou 12 curiosos, quase a metade não chegou ao fim.

domingo, 30 de agosto de 2009

Era das Utopias

de Sílvio Tendler.

A partir de 31 de agosto

20h30 na TV Brasil:

Era das Utopias

sábado, 29 de agosto de 2009

Amor e sexo

Exibido pela primeira vez, ontem, na Globo. Apresentação de Fernanda Lima, com direito a participações de artistas também globais.

O programa foi ao ar depois do Globo Repórter, apresentado por Alexandre Garcia, que tinha como tema o transtorno de ansiedade. Como quase sempre, programa superficial, porém de alguma utilidade. Durante o programa 8 perguntas foram feitas para que o telespectador avaliasse se possuía o distúrbio. O tom do apresentador ao dizer que se mais de 3 perguntas fossem positivas era motivo de atenção é algo indecifrável. Minutos depois, entra em cena a nova atração que tinha tudo para ser um programa informativo, de utilidade pública ou, ao menos, interessante. Inexplicável como investem em produtos vazios, que não levam ninguém a nenhum lugar. Optam por isso.

domingo, 23 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sobre verdade e confiança

Sabe aquele amigo com quem você nem precisa falar que ele sabe? Que você nem precisa explicar que ele entende? Que você só precisa dizer que ele confia? Pois é.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

O que é essencial?

Outro dia estava lendo A Doença como Símbolo, um livro interessante que faz relações entre características emocionais e doenças. Me incomodei um pouco ao ler que portadores de doenças autoimunes deveriam dar mais atenção ao essencial. Até comentei aqui em casa, achando que dou sim atenção ao essencial.
Mas, hoje, reparei que, realmente, o essencial não ocupa a maior parte da minha vida. Reparei que perco muito tempo, energia e mais com assuntos corriqueiros sem nenhuma importância vital, com coisas que não vou resolver nem mudar, com problemas pequenos.
Fiquei feliz, por continuar aprendendo e por ter a oportunidade de exercitar (ao menos tentar) o desapego do não importante. Eu quero que o não importante não me incomode mais, não ocupe minha vida, não leve minha energia.
A partir de agora, farei o possível para só me ocupar com as minhas importâncias. Com o que verdadeiramente faz diferença para mim.

Talvez todo mundo devesse fazer isso, acho que não são muitos que conseguem.
É um desafio, talvez um dos caminhos para uma vida melhor.
Vamos ao exercício!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Do livro Celebrações

"Que eu me liberte de minha derrota
e de minhas vitórias
para ser forte, simples e contente
todos os dias da minha vida."

sábado, 23 de maio de 2009

Sobre sentimentos desmedidos

[...] Talvez a raiva da vida toda tenha vindo parar aqui, no agora. [...]

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Bálsamo 5


A Moça Tecelã
(Marina Colasanti)

"Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte. Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava. Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza. Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias. Nada lhe faltava.

Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.

Tecer era tudo o que fazia.

Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado. Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado.

Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta. Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida. Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade. E feliz foi, durante algum tempo.

Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar. — Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. — Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata. Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre. — É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos! Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados.

Tecer era tudo o que fazia.

Tecer era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo. Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear. Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela. A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu. Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte."

Gente, ouvir essa história na voz da Marina Colasanti é tudo!!!!

terça-feira, 21 de abril de 2009

3 para 45

Daqui a 3 meses farei 45 anos!! Nossa! O tempo passa!!!

Nunca tive problemas com idade, gostava de dizer que gostava mais de mim a cada ano.

Mas, agora, pensando em 45, a coisa ficou diferente... Tive a impressão que talvez esteja começando a envelhecer.

Porém, pensando de outra forma, com otimismo e de olho na genética familiar, provavelmente estou no meio da minha vida!

Olha que ângulo melhor!!!!!

Nossa, então ainda falta tudo isso para viver?!?!?!

É, vou ficar com esta perspectiva.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Isso ou aquilo? Nada não.

Queria escrever alguma coisa, mas não sei o que. Não quero postar um conto (do livro Conto a Gotas, ainda não publicado), nem uma outra história/bálsamo. Pensei em escrever sobre um floral, talvez o Centaury - que estou tomando atualmente, ele se relaciona com Quíron: o curador ferido. Ontem li que Stal(l?)one teria quebrado o braço numa gravação no Rio, e pensei como assim teria quebrado?????? Qual o problema em afirmar que quebrou ou em afirmar que não quebrou?????? Pensei que o mundo líquido do nosso Bauman, não consegue comprometer-se com nada definitivamente, assim, teria quebrado. Também pensei em escrever sobre a Síndrome de Sjögren, mas desisti. E ainda em colocar fotos de trabalhos. Como nada me convenceu, fim.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Bálsamo 4


Nós e Rirtun no país Compartilhando

Era uma vez um viajante que resolveu escrever sobre suas aventuras e descobertas pelo mundo.
Escolheu dois países em particular: um deles chamava-se "Ensimesmado" e o outro "Compartilhando". Os dois países tinham coisas em comum e, justamente isto, causou grande surpresa em Rirtun - nosso viajante.
Nos dois países havia fartura e riqueza. Os dois países foram brindados com terra fértil que produzia alimentação variada e saudável. Os dois países possuíam clima propício para a semeadura e a colheita. Os dois países tinham recursos naturais e materiais em abundância.
E, nos dois países, as pessoas apresentavam a mesma característica bizarra - seus cotovelos eram invertidos, dobravam para trás!
Rirtun percebeu que o que diferenciava os dois países - Ensimesmado e Compartilhando - era a atitude e o humor da população.
No primeiro país as pessoas se sentiam angustiadas e mau-humoradas por não conseguirem usufruir das riquezas que possuíam. Os ensimesmados não conseguiam alimentar-se, devido à posição invertida dos cotovelos.
Já no segundo país, todos se mostravam alegres e satisfeitos, exatamente por poderem compartilhar tantas possibilidades.
Em Compartilhando, um alimentava o outro.

(para Sandra Lamhut e Lúcia Fish, com saudade)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Fibra
Fibroso
Fibrose
Fibroma
Diferença mínima e total.

terça-feira, 3 de março de 2009

A Arteterapia e sua função transformadora

A Arteterapia quer acordar essências. Quer despertar potenciais existentes mas não disponíveis – talvez por falta de uso, de hábito ou de coragem. Quer apontar para a singularidade do ser individual.

Para tanto, tem como fio condutor a criatividade, que funciona também como um desbloqueador, gerando um ciclo onde a criatividade desbloqueia potenciais que desvendam possibilidades que encorajam a criar. E assim, outros pontos são tocados, novas alternativas se apresentam, a confiança aumenta e a criatividade se expande, num ciclo sem fronteiras.

Para uma visão holística-integral do ser humano, é preciso ampliar o olhar além das dicotomias, como corpo/mente, emoção/razão. Há muito o homem foi partido e, apesar de estar tentando reconquistar a inteireza, o caminho é árduo. Hábitos, costumes e culturas não se transformam de um dia para o outro.

De diversas formas nas diversas culturas, o homem foi sendo fragmentado mais e mais. A culminância dessa maneira de perceber o humano se deu com o aumento cada vez maior da especialização médica. O avanço tecnológico e o aumento de conhecimento trouxeram inúmeras inovações importantes para o aumento da média de vida e de sua qualidade, porém, conseqüentemente, o homem foi sendo visto com uma lente cada vez mais profunda e menos ampla.

Desse ponto de vista, o caminho para uma percepção mais integral vem sendo resgatado pela revalorização da homeopatia, terapias complementares, corporais e energéticas e psicologia profunda, além do aumento do interesse pela cultura e filosofia orientais que têm como fundamento o ser integral.

Como a Arteterapia pretende trabalhar com a integralidade do ser, apresenta abordagem onde o indivíduo entra em contato com os elementos da natureza: terra, fogo, água e ar. Dessa forma, pode ter a noção concreta de que traz em si várias nuances, mas que a coerência com a unidade e a inteireza são possíveis. Também pode compreender melhor as características e diferenças individuais, melhorando a qualidade de seus relacionamentos.

No início do século XX, o suíço Carl Gustav Jung tornou-se médico psiquiatra e passou a desenvolver sua própria teoria psicológica. A colaboração com Sigmund Freud e uma profunda auto-análise, deram início a um extenso estudo científico acerca da psique humana.

Em sua teoria, descreve quatro funções psicológicas: sensação, intuição, sentimento e pensamento, que, junto aos conceitos de extroversão e introversão, formam seus oito tipos psicológicos; onde cada pessoa possui uma função principal, uma inferior e duas auxiliares.

Analogamente, podemos relacionar cada função da teoria analítica a um elemento da natureza. A sensação está ligada ao corpo e ao sentido proprioceptivo, sua relação é com a terra, elemento concreto, que limita. A intuição é relacionada ao fogo e ao que é primordial e espiritual. Sentimento e água correlacionam-se na fluidez e expansão, estão ligados à emoção. O pensamento é tão impalpável e pode tomar tanto espaço quanto o ar.

A idéia de inteireza está ligada, entre outros fatores, ao equilíbrio das quatro funções, respeitando-se, no entanto, a predominância de uma ou outra como característica pessoal.

Na Arteterapia, a busca do equilíbrio se dá com o fazer. De forma que cada um dos quatro “despertadores” (sensorial, intuitivo, emocional e mental) toque o indivíduo, acordando algo que ainda estava adormecido. Então, a cada produção há uma associação interna, o trabalho e a expressão concreta levam a uma tomada de consciência e conseqüente possibilidade de mudança.

Arteterapia é transformação. Sua função é possibilitar e promover mudanças com vista à integralidade do indivíduo e conseqüente melhora em sua qualidade de vida. É colaborar para a construção de um mundo onde a possibilidade de escolha, a liberdade e o respeito à singularidade sejam fatores chaves para a vida em comunidade. É acreditar que o ser humano pode viver de forma integral, respeitando seus próprios limites e características e exaltando e orgulhando-se de seus talentos. É sonhar e trabalhar por uma sociedade mais cooperativa, saudável e feliz; pela humanidade no sentido estrito da palavra.

Escrevi esse texto há alguns anos, em 2003 ou 2004.
Senti saudade de mim, então resolvi publicá-lo aqui.
Apesar de um pequeno desvio no caminho, continuo a acreditar que o ser humano pode viver de forma integral, respeitando seus próprios limites e características e exaltando e orgulhando-se de seus talentos. E que é possível sonhar e trabalhar por uma sociedade mais cooperativa, saudável e feliz; pela humanidade no sentido estrito da palavra.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Para refrescar!










Foto de Maria Fernanda, da Alemanha.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

"No deserto

Encontras o teu segredo
Cercado
De um segredo maior ainda.

......................................................

Chega-se ao deserto
No dia
Em que se descobre
Que sempre se esteve ali
O que nos escondia o deserto?
Um certo conforto
Um certo esquecimento
Mas lá estava ele
Fiel, tenaz
Havia apenas ilusões
A perder
Algumas honrarias."

(do livro Deserto, Desertos de Jean-Yves Leloup)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Bálsamo 3


Uma história de outro jeito
(Fernanda Saraiva Romero)


Era uma vez um beija-flor que se apaixonou por uma violeta.
Não era uma violeta maior nem mais bonita do que as outras, mas tinha um jeitinho irresistível de se inclinar sobre a haste, de se mostrar, meio se escondendo, por entre as folhas.
E o beija-flor, que beijava todas as flores, só se encantava do perfume e da cor da violeta preferida.
Enquanto isso a violeta, beijada por outros beija-flores, só conhecia de cor a cor de cada uma das penas, o ruído das asas, o toque manso do bico de seu beija-flor preferido.
E assim, presos aos encantos um do outro, beija-flor e violeta, violeta e beija-flor ligaram-se tão fortemente, que todo mundo notou.
Ah! Como se murmurou a esse respeito no mundo das violetas!
E como se comentou tal absurdo no mundo dos beija-flores!
É que, em nenhum dos dois mundos, havia acontecido ainda uma coisa daquelas, e era assustador que, de repente, se amassem duas criaturas tão diferentes! Aquilo mudava a ordem das coisas e amedrontava a todos, menos aos dois, que, bem cativos um do outro, viviam um grande amor.
Até que um dia...
Bem, um dia, o beija-flor dscobriu que sua vida era muito mais comprida que a vida de sua adorada violeta.
Descobriu também que uma flor pode beijar, mas não pode fabricar beija-flores pra continuar o mundo deles.
Ao mesmo tempo, a violeta descobriu que uma flor não pode voar nem ter vida tão comprida como um beija-flor.
Descobriu também, entre as suas tarefas de violeta, uma que um beija-flor não poderia jamais ajudar a cumprir a de fabricar sementes que fizessem nascer flores iguais a ela e continuassem o mundo das violetas.
E foi assim que beija-flor e violeta, violeta e beija-flor se separaram por fim.
E viveram, ele, beijando as flores e as beija-flores, mas sentindo sempre um carinho especial por aquelas que se inclinassem como certa violeta...
... ela, gerando sementes aladas, futuras violetas encantadas com vôos de beija-flor.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Questão de nexo

"Queime depois de ler".
Talvez seja melhor queimar antes.