segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ando pensando sobre liberdade e segurança...

No primeiro livro de Zygmunt Bauman que li - Comunidade (2003), está escrito logo na introdução: "Não seremos humanos sem segurança ou sem liberdade; mas não podemos ter as duas ao mesmo tempo e ambas na quantidade que quisermos. Isso não é razão para que deixemos de tentar. Mas serve para lembrar que nunca devemos acreditar que qualquer das sucessivas soluções transitórias não mereceria mais ponderação nem se beneficiaria de alguma outra correção."


instabilidade

consumo exagerado
poder
desengajamento

competição
angústia
busca de satisfação

multiplicidade de opções
experimentação
excesso


Agora me chamou a atenção um trecho no posfácio: "Somos convocados, como observou Ulrich Beck com acidez, a buscar soluções biográficas para contradições sistêmicas; procuramos a salvação individual de problemas compartilhados. Essa estratégia provavelmente não dará o resultado que perseguimos, pois deixa intactas as raízes da insegurança; além disso, é precisamente essa dependência de nosso saber e recursos individuais que produz no mundo a insegurança da qual queremos escapar."

Minha reflexão sobre o assunto pretende ser consciente e permanente, mas talvez esteja ainda muito embrionária, necessitando ainda de muitas leituras, diálogos, trocas, digestões e novas reflexões.

Por hora, mais uma citação para enriquecer a reflexão. Cito Leonardo Boff - sempre inspirador, em Saber Cuidar (2000): "Importa construir um novo ethos que permita uma nova convivência entre os humanos com os demais seres da comunidade biótica, planetária e cósmica; que propicie um novo encantamento face à majestade do universo e à complexidade das relações que sustentam todos e cada um dos seres. [...] De onde vamos derivar esse novo ethos civilizacional? Ele deve emergir da natureza mais profunda do humano. De dimensões que sejam por um lado fundamentais e por outro compreensíveis para todos. Se não nascer do cerne essencial do ser humano, não terá seiva suficiente para dar sustentabilidade a uma nova florada humana com frutos sadios para a posteridade."

2 comentários:

Giselle Veiga disse...

"Se não nascer do cerne essencial do ser humano, não terá seiva suficiente para dar sustentabilidade a uma nova florada humana com frutos sadios para a posteridade."

muito bonito...

Juliana Veiga disse...

"frutos sadios para a posteridade".. mto bom! nós temos q buscar esses frutos, plantar e colher esses frutos.. difícil, mas possível!

Bjo