domingo, 30 de setembro de 2012

Dioniso ou O Louco, a primeira carta dos arcanos maiores

Lembrei do tarô. Acho que a lembrança se atrasou devido aos acontecimentos do ano. Agora o horizonte começa a ficar limpo, e a música com passarinhos e o aroma do incenso e a arrumação do dia apontam para momentos melhores. Atravessamos bem as dificuldades, saímos mais unidos e fortes individualmente. Que possamos seguir juntos por muito ainda. Alegria e gratidão. O que importa está seguro.

Vamos ver o que as cartas podem me contar hoje. Dia bom. Primavera. Amanhã início do último trimestre do ano. Que os projetos se consolidem, que as parcerias sejam de valor e que sejam várias, que meu olhar expanda, que eu veja o que é possível e bom pra mim. Que as projeções, expectativas e desejos de perfeição partam; e que a simplicidade, a verdade momentânea e a alegria sigam comigo.

"Não começar a viagem é negar o deus que habita dentro de nós."

terça-feira, 25 de setembro de 2012

domingo, 16 de setembro de 2012

Maculada Odete

De Rogério Sacchi de Frontin


Lançamento no Rio, em abril

Delícia de encontro!
Quando acabei a leitura, escrevi a meu amigo:

Você sabe que eu não tinha lido a versão virtual, eu esperava o livro físico; mas imaginava o tema... Li em duas horas, sem parar, quase sem respirar. Surpreendente!! E que escrita detalhada e delicada, e, ao mesmo tempo, tão visceral. Adorei a história e a maneira como ela se desenrola!







Exílio

de Marcela Tagliaferri

Li ontem de noite, peguei lá pelas 10h e demorei um pouco a dormir depois das 2h. Pensei:

O que dizer? Ainda bem que não preciso dizer nada. Já tinha dito que gosto das frases curtas, das tramas que se misturam e da rapidez que isso confere à narrativa. Exercício de criação, pois a cada farsa desvelada já queria presumir desfechos. Viver o luto talvez seja condição de todos que terminam a leitura; os meus - pela ditadura, pelos impedimentos, pelas imposições. Mas, ainda há possibilidade de diálogo, a ilha não é o lugar do exílio.





quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Será que eu estou inventando? *

Parece que é sobre contradições humanas.
O nome instiga e é brasileiro.

Lembro de Um Beijo Roubado. Como daquela vez, sou a primeira no cinema. Calor, silêncio, naquele dia escrevi: o vazio não é o contrário do cheio, o vazio é o todo. Filme bom demais.

Cheguei cedo, depois de um convite que permaneceu sem resposta até quase o fim do filme. Um mate, vitrines e fui passar o tempo na livraria. Saí de lá com O Corpo Impossível embalado no plástico amarelo da Saraiva.

Ainda era cedo e folheava minha mais nova aquisição quando um cara de camisa listada sentou na outra ponta do banco. A camisa dele era um marco, algo que se via de longe, como o plástico amarelo da Saraiva. Sabe quando você percebe que alguém está querendo ler o que você está lendo? Pois é.

Subi, cheguei primeiro, relembrei a sensação do vazio que é o todo e logo as pessoas começaram a chegar  com seus imensos baldes de pipoca e coca. Ah, hoje eu não resisti, e nem ontem.

O cara de camisa listada sentou na mesma fila que eu, algumas cadeiras para a direita.
O filme mostrou-se inconstante, momentos bons outros nem tanto, o final inesperado me agradou, apesar de.

Saí e recebi a resposta ao convite, tarde demais. E agora as contradições eram as minhas no pós-filme. Com frequência me ocorre de não definir se gostei ou não, por vezes demoro dias.

Enquanto andava ia escrevendo uma mensagem no celular e segurando o marco amarelo, desci a escada e fui descendo e descendo todas as escadas em direção à rua. Às vezes percebia o marco listado, que parecia observar meu caminho e depois passar a frente como se quisesse que eu o observasse também.

Até chegar à rua, quando ficou para trás. Nesse momento achei que estava sendo, mais do que observada, seguida.

Atravessei as ruas sem olhar pra trás em direção ao ponto de ônibus. Depois olhei e não vi nada além de outras camisas, outras cores, outros marcos. Subi no ônibus que me deixaria na esquina de casa. E aí ele também subiu e olhou para o desembarque a cada parada que o ônibus fez; foi só.

Desci primeiro, com O Corpo Impossível no plástico amarelo. Comprei uma coca zero. Pensei no marco, nos marcos e na falta de ação efetiva do camisa listada, e na minha também, talvez se a camisa fosse lisa.


* Sempre lembro do Márcio Ramos, do Vida Maria, quando penso isso.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Saio

para marcar o meu lugar.

domingo, 2 de setembro de 2012

Desabafos de ontem

Às vezes olho em volta e não vejo quase ninguém. Outras vezes, ninguém.

Me pergunto se é assim mesmo ou se é um sentimento meu de solidão.

Mas eu me sentiria só se houvesse alguém?

Acho que não.

Não.

Às vezes não há ninguém.