Dia 28, quase fim do ano, o mundo não acabou e as injustiças dele permanecem.
Momento de ter desejos bons para si, para os próximos, para o mundo. Momento de fazer promessas para o ano novo.
Essa preguiça que dá nessa época + esse calor excessivo não são acasos, têm uma função: a de fazer a gente desligar um pouco da vida rotineira e fazer aquele tal de balanço e plasmar metasobjetivosdesejosquerências.
Isso é importante.
Nessa hora dá vontade de escrever mensagens esperançosas; dá vontade de pedir coisas para todos, como a paz mundial; há uma tendência a relativizar e perdoar, deixar pra lá o que não foi tão legal, mas, que, pensando bem, é tão pequeno diante do futuro potencial que nos aguarda.
A potência do futuro.
Esse momento é necessário para que possamos, logo ali, ano que vem, voltar às nossas vidas e, de novo, lidar com a dificuldade, a injustiça, a burocracia, a chatice, a incompetência, a competição, com a montanha de tanta coisa que a gente não quer e que nos atropela dia a dia.
Quem sabe se a gente respirar um pouco nesse finzinho de ano a gente reúna fôlego para fazer a nossa vida ter sentido com o que realmente importa para nós?
Esse é o meu desejo para mim, para os próximos, para o mundo: VIDA COM SENTIDO.
Feliz 2013!!!!!
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
domingo, 23 de dezembro de 2012
Coração aberto
Hoje foi o almoço de amigo oculto da família!
Presentes, fotos e mais fotos, histórias, risadas, abraços.
Dia feliz!
Desejo que o amor que nos une seja cada vez mais compassivo e que a empatia nos liberte.
Presentes, fotos e mais fotos, histórias, risadas, abraços.
Dia feliz!
Desejo que o amor que nos une seja cada vez mais compassivo e que a empatia nos liberte.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
O significado do Natal a partir de um floral de Bach
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domingo, 25 de novembro de 2012
♫ Trabalhando ♪♪♫♪
Eu tenho os olhos doidos, doidos, doidos já vi
E canto Porque sinto encanto Sinto e canto
Quem se diz muito perfeito Na certa encontrou um jeito insosso Pra não ser de carne e osso
Música é que nem borboleta ♪♪♪ Te invade, te assalta e te faz refém Se a rima não vem já sabe
Apesar dos dias repetidos que são tantos
Se você não se distrai, a estrela não cai
Meus verdes ainda não maduros Os espaços que ainda procuro ♪♪♪ Posso brincar de eternidade agora Sem culpa nenhuma
Eu sou seu corpo mais forte Seu alvo atingido Sua semente que nasceu
Cores na sala de estar ♪♪♪ Meu grito, meu beijo ♪♪♪ Quando amanheço, quando me esqueço Quando morro de medo do mar
Quero tanto Já não me preocupo se eu não sei porque Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê
Você cantava pra mim Suspiros, flores, perdão Canção de amor é assim
Um segredo, fica atento, repara bem Que o meu amor é todo seu Antigo
É só porque a noite chora Lágrimas de diamantes
Gosto quando olho com você o mundo E gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Nas semicoisas das coisas Outras versões da verdade ♪♪♪ Uma multiplicidade De origens do mundo
Pouco eu não quero mais
Era pra ser bom ou pra ficar muito melhor ♪♪♪ Distrair o medo, a dor, a dúvida e o fim
Porque o futuro está esperando por nós dois ♪♪♪ E seu amor ainda me vem
Com o coração já pensando em batucada ♪♪♪ Você pulsando e eu batendo no meu tamborim
pois quando penso em você É quando não me sinto só ♪♪♪ Com minhas letras e canções, ♪♪♪ com o desenho das maçãs
Somos um breve pulsar
Eu sigo meu caminho pela trilha secreta Se o chão é de espinho O céu ainda me afeta
E canto Porque sinto encanto Sinto e canto
Quem se diz muito perfeito Na certa encontrou um jeito insosso Pra não ser de carne e osso
Música é que nem borboleta ♪♪♪ Te invade, te assalta e te faz refém Se a rima não vem já sabe
Apesar dos dias repetidos que são tantos
Se você não se distrai, a estrela não cai
Meus verdes ainda não maduros Os espaços que ainda procuro ♪♪♪ Posso brincar de eternidade agora Sem culpa nenhuma
Eu sou seu corpo mais forte Seu alvo atingido Sua semente que nasceu
Cores na sala de estar ♪♪♪ Meu grito, meu beijo ♪♪♪ Quando amanheço, quando me esqueço Quando morro de medo do mar
Quero tanto Já não me preocupo se eu não sei porque Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê
Você cantava pra mim Suspiros, flores, perdão Canção de amor é assim
Um segredo, fica atento, repara bem Que o meu amor é todo seu Antigo
É só porque a noite chora Lágrimas de diamantes
Gosto quando olho com você o mundo E gosto mais do mundo quando posso olhar pra ele com você
Nas semicoisas das coisas Outras versões da verdade ♪♪♪ Uma multiplicidade De origens do mundo
Pouco eu não quero mais
Era pra ser bom ou pra ficar muito melhor ♪♪♪ Distrair o medo, a dor, a dúvida e o fim
Porque o futuro está esperando por nós dois ♪♪♪ E seu amor ainda me vem
Com o coração já pensando em batucada ♪♪♪ Você pulsando e eu batendo no meu tamborim
pois quando penso em você É quando não me sinto só ♪♪♪ Com minhas letras e canções, ♪♪♪ com o desenho das maçãs
Somos um breve pulsar
Eu sigo meu caminho pela trilha secreta Se o chão é de espinho O céu ainda me afeta
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
+ encontros
Tinha comprado pilhas para testar o teclado. A fonte estava ruim e eu não sabia se ele ainda funcionava depois de tanto tempo parado. E, olha que as pilhas deram certo!!! Pronto... larguei a arrumação para tentar uma reaproximação com as teclas. Fui para a internet buscar partituras, mas elas são poucas, há muitas cifras, mas cifras eu não sei ler. Imprimi algumas que me pareceram fáceis. Estou feliz por reconhecer o som que consegui fazer tocando Yesterday! Será que esqueci o tamanho da listinha de coisas que quero/preciso/devo fazer durante o feriado... pra resolver relembrar isso agora? Adeus arrumação!!!!!!
Re-descobrindo olhares na bagunça do quarto
Ainda arrumando, tentando por ordem, descartar, buscar novos lugares, atividade chata, bom é quando encontro algo que já não lembrava.
Escrevi há 1 ano, em resposta a outro escrito meu um pouco mais antigo, reflexão sobre um trabalho com fotos:
A inteireza não existe.
Ou existe na relação com cada parte, cada fragmento, cada identidade.
A "solução" é conhecer e aceitar cada ser que habita a suposta unidade.
Escrevi há 1 ano, em resposta a outro escrito meu um pouco mais antigo, reflexão sobre um trabalho com fotos:
A inteireza não existe.
Ou existe na relação com cada parte, cada fragmento, cada identidade.
A "solução" é conhecer e aceitar cada ser que habita a suposta unidade.
domingo, 28 de outubro de 2012
Dormi sozinha e acordei
Tinha curso o domingo todo, e ainda tinha que votar antes de ir para Copacabana.
A ideia dessa frase, atribuída ao Dalai Lama, me tomou:
"O planeta não precisa de mais pessoas de sucesso. Precisa desesperadamente de mais pacificadores, curadores, restauradores, contadores de histórias e amantes de todo tipo."
Sonhei com Lúcia. Ela ia morrer, eu cuidava dela, ficava perto. Acordei pouco depois que ela também despertou do estado estático em que permaneceu durante todo o sonho. Ela tirou o lenço da cabeça, dizendo algumas palavras, abriu os olhos que se encheram de lágrimas. Visão do mar, lindamente azul e salgado. Saudade.
E se eu fosse pensar o que o sonho estava me dizendo?
Lúcia era terapeuta, das boas. Pessoa sensível e firme, atenta e gentil. Mês que vem faz 10 anos que ela se foi. Curador ferido. Lembrei do sonho que tive há alguns anos, vovó me dizendo que eu tinha que estudar medicina. Esse curso é para o meu curador ferido, para abertura, para mais um passo. Cantar e dançar: cuidados com o eu curador. Apoderamento, apropriação. Atenção, espaço, visibilidade. Leveza e alegria.
A ideia dessa frase, atribuída ao Dalai Lama, me tomou:
"O planeta não precisa de mais pessoas de sucesso. Precisa desesperadamente de mais pacificadores, curadores, restauradores, contadores de histórias e amantes de todo tipo."
Sonhei com Lúcia. Ela ia morrer, eu cuidava dela, ficava perto. Acordei pouco depois que ela também despertou do estado estático em que permaneceu durante todo o sonho. Ela tirou o lenço da cabeça, dizendo algumas palavras, abriu os olhos que se encheram de lágrimas. Visão do mar, lindamente azul e salgado. Saudade.
E se eu fosse pensar o que o sonho estava me dizendo?
Lúcia era terapeuta, das boas. Pessoa sensível e firme, atenta e gentil. Mês que vem faz 10 anos que ela se foi. Curador ferido. Lembrei do sonho que tive há alguns anos, vovó me dizendo que eu tinha que estudar medicina. Esse curso é para o meu curador ferido, para abertura, para mais um passo. Cantar e dançar: cuidados com o eu curador. Apoderamento, apropriação. Atenção, espaço, visibilidade. Leveza e alegria.
sábado, 13 de outubro de 2012
A alegria do cantar
(para o Projeto Cântaro)
A música é combustível de alegria e força dionisíaca de
vitalidade.
Dioniso é o deus da mitologia grega que une a dimensão
divina e a humana. Mitos são metáforas e Dioniso simboliza o corpo, a terra, as
sensações, os ciclos vitais. É o deus da vontade de viver, da essência, do
entusiasmo, do prazer, da alegria, da espontaneidade e da transformação. É um
deus que traz além da divindade, a dimensão humana, pois é filho de Zeus com
uma mortal.
Então, o que o corpo tem com isso?
Cantar modifica ritmos, acelera o coração, faz transpirar,
envolve a respiração e o tônus, desencadeia emoções, cria alegria, amplia.
Corpo relaxado
ancorado
flexível,
corpo em ação
em movimento
corpo-instrumento;
voz lançada para fora
ativa
em relação,
vibração – modos de expressão.
Cantar
momento-ponte
momento-ponte
para a vida com qualidade, com sentido, com leveza.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Dia das Crianças
Fazendo jus à minha criança: B A G U N Ç A !!!!!!!!
Um brinde a todos que mantém suas crianças ativas! Não vou rotular as crianças: espontâneas, alegres ou ingênuas. Não. Um brinde à singularidade! Tim tim com Chandon Rosé Baby!
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Mais ao Sul, de Paloma Vidal
Ultimamente tenho escapado para a literatura. Leituras poéticas, romances que decifram personagens, ficção. Parece mesmo um escapar, quando, em vez de ir dormir, pego um livro pra olhar. E pra olhar tem que ser ficção. Leio até terminar. Então viajo e vejo as minhas ficções.
"flertando com a ilusão de saber de onde eu vim.
Como se não houvesse uma descontinuidade intransponível entre uma vida e outra, entre uma geografia e outra,
...
Estaremos constituídos de restos de palavras que nos afetam e permanecem em nós, como marcas indestrutíveis, fendas que abrem caminhos definitivos que nunca ficam desertos?
...
Que pele é essa, tão branca, esses caminhos de veias, essa película quase transparente que me cobre?
...
A memória, uma engrenagem falha, engole os dias, as palavras, as imagens. Mas desse mesmo oco, de sua profundidade, emergem cenas de uma outra viagem.
...
(é um hábito que tem desde criança: já então se achava caótica e as pautas simétricas do papel prometiam uma ordem para suas ideias).
...
Não é fácil deixar-se levar. Confiar no corpo do outro.
...
É essa possibilidade de sobrevivência dos objetos que a faz respeitá-los, seja qual for o seu valor, como relíquias.
...
Deu um passo adiante erguendo a mala e equilibrou-se na soleira da porta, num limiar entre dois mundos.
...
cruel, como só os que se sentem injustiçados sabem ser.
...
Uma amiga se lembrou de mim quando leu num livro que a honestidade dos pássaros lhes prescreve firmeza de rumo. Durante o voo, ela leu, jamais reparam nas fronteiras que vão atravessando.
...
Continuo acalentando minha inveja dos pássaros, de sua incrível técnica. Deveria estar num momento de reflexão e autoconsciência; deveria olhar meu umbigo se expandir, cuidar do meu corpo, mas queria asas. No lugar, estes braços e pernas, mãos, uma boca que fala sem parar. Li que os escritores acabam sempre almejando o silêncio. Quero mais o canto dos pássaros. Está nos meus planos aprender a cantar, mas não agora: agora sou responsável e tenho prioridades. Leio o jornal. Empilho livros. Faço contatos."
sábado, 6 de outubro de 2012
Bom é
ter tempo de pensar antes de responder.
Na verdade, ter calma e não se atropelar com a expectativa do outro e nem com a própria.
Bom é deixar o assunto cozinhar, no tempo certo e fogo baixo, para só depois digerí-lo. Assim há mais chances de que tudo se desenrole melhor. Nada como o tempo certo, isto é, o tempo suficiente para cada passo.
Bom é constatar que tenho conseguido isso.
Na verdade, ter calma e não se atropelar com a expectativa do outro e nem com a própria.
Bom é deixar o assunto cozinhar, no tempo certo e fogo baixo, para só depois digerí-lo. Assim há mais chances de que tudo se desenrole melhor. Nada como o tempo certo, isto é, o tempo suficiente para cada passo.
Bom é constatar que tenho conseguido isso.
domingo, 30 de setembro de 2012
Dioniso ou O Louco, a primeira carta dos arcanos maiores
Lembrei do tarô. Acho que a lembrança se atrasou devido aos acontecimentos do ano. Agora o horizonte começa a ficar limpo, e a música com passarinhos e o aroma do incenso e a arrumação do dia apontam para momentos melhores. Atravessamos bem as dificuldades, saímos mais unidos e fortes individualmente. Que possamos seguir juntos por muito ainda. Alegria e gratidão. O que importa está seguro.
Vamos ver o que as cartas podem me contar hoje. Dia bom. Primavera. Amanhã início do último trimestre do ano. Que os projetos se consolidem, que as parcerias sejam de valor e que sejam várias, que meu olhar expanda, que eu veja o que é possível e bom pra mim. Que as projeções, expectativas e desejos de perfeição partam; e que a simplicidade, a verdade momentânea e a alegria sigam comigo.
"Não começar a viagem é negar o deus que habita dentro de nós."
Vamos ver o que as cartas podem me contar hoje. Dia bom. Primavera. Amanhã início do último trimestre do ano. Que os projetos se consolidem, que as parcerias sejam de valor e que sejam várias, que meu olhar expanda, que eu veja o que é possível e bom pra mim. Que as projeções, expectativas e desejos de perfeição partam; e que a simplicidade, a verdade momentânea e a alegria sigam comigo.
"Não começar a viagem é negar o deus que habita dentro de nós."
terça-feira, 25 de setembro de 2012
domingo, 16 de setembro de 2012
Maculada Odete
De Rogério Sacchi de Frontin
Lançamento no Rio, em abril
Delícia de encontro!
Quando acabei a leitura, escrevi a meu amigo:
Você sabe que eu não tinha lido a versão virtual, eu esperava o livro físico; mas imaginava o tema... Li em duas horas, sem parar, quase sem respirar. Surpreendente!! E que escrita detalhada e delicada, e, ao mesmo tempo, tão visceral. Adorei a história e a maneira como ela se desenrola!
Lançamento no Rio, em abril
Delícia de encontro!
Quando acabei a leitura, escrevi a meu amigo:
Você sabe que eu não tinha lido a versão virtual, eu esperava o livro físico; mas imaginava o tema... Li em duas horas, sem parar, quase sem respirar. Surpreendente!! E que escrita detalhada e delicada, e, ao mesmo tempo, tão visceral. Adorei a história e a maneira como ela se desenrola!
Exílio
de Marcela Tagliaferri
Li ontem de noite, peguei lá pelas 10h e demorei um pouco a dormir depois das 2h. Pensei:
O que dizer? Ainda bem que não preciso dizer nada. Já tinha dito que gosto das frases curtas, das tramas que se misturam e da rapidez que isso confere à narrativa. Exercício de criação, pois a cada farsa desvelada já queria presumir desfechos. Viver o luto talvez seja condição de todos que terminam a leitura; os meus - pela ditadura, pelos impedimentos, pelas imposições. Mas, ainda há possibilidade de diálogo, a ilha não é o lugar do exílio.
Li ontem de noite, peguei lá pelas 10h e demorei um pouco a dormir depois das 2h. Pensei:
O que dizer? Ainda bem que não preciso dizer nada. Já tinha dito que gosto das frases curtas, das tramas que se misturam e da rapidez que isso confere à narrativa. Exercício de criação, pois a cada farsa desvelada já queria presumir desfechos. Viver o luto talvez seja condição de todos que terminam a leitura; os meus - pela ditadura, pelos impedimentos, pelas imposições. Mas, ainda há possibilidade de diálogo, a ilha não é o lugar do exílio.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Será que eu estou inventando? *
Parece que é sobre contradições humanas.
O nome instiga e é brasileiro.
Lembro de Um Beijo Roubado. Como daquela vez, sou a primeira no cinema. Calor, silêncio, naquele dia escrevi: o vazio não é o contrário do cheio, o vazio é o todo. Filme bom demais.
Cheguei cedo, depois de um convite que permaneceu sem resposta até quase o fim do filme. Um mate, vitrines e fui passar o tempo na livraria. Saí de lá com O Corpo Impossível embalado no plástico amarelo da Saraiva.
Ainda era cedo e folheava minha mais nova aquisição quando um cara de camisa listada sentou na outra ponta do banco. A camisa dele era um marco, algo que se via de longe, como o plástico amarelo da Saraiva. Sabe quando você percebe que alguém está querendo ler o que você está lendo? Pois é.
Subi, cheguei primeiro, relembrei a sensação do vazio que é o todo e logo as pessoas começaram a chegar com seus imensos baldes de pipoca e coca. Ah, hoje eu não resisti, e nem ontem.
O cara de camisa listada sentou na mesma fila que eu, algumas cadeiras para a direita.
O filme mostrou-se inconstante, momentos bons outros nem tanto, o final inesperado me agradou, apesar de.
Saí e recebi a resposta ao convite, tarde demais. E agora as contradições eram as minhas no pós-filme. Com frequência me ocorre de não definir se gostei ou não, por vezes demoro dias.
Enquanto andava ia escrevendo uma mensagem no celular e segurando o marco amarelo, desci a escada e fui descendo e descendo todas as escadas em direção à rua. Às vezes percebia o marco listado, que parecia observar meu caminho e depois passar a frente como se quisesse que eu o observasse também.
Até chegar à rua, quando ficou para trás. Nesse momento achei que estava sendo, mais do que observada, seguida.
Atravessei as ruas sem olhar pra trás em direção ao ponto de ônibus. Depois olhei e não vi nada além de outras camisas, outras cores, outros marcos. Subi no ônibus que me deixaria na esquina de casa. E aí ele também subiu e olhou para o desembarque a cada parada que o ônibus fez; foi só.
Desci primeiro, com O Corpo Impossível no plástico amarelo. Comprei uma coca zero. Pensei no marco, nos marcos e na falta de ação efetiva do camisa listada, e na minha também, talvez se a camisa fosse lisa.
* Sempre lembro do Márcio Ramos, do Vida Maria, quando penso isso.
O nome instiga e é brasileiro.
Lembro de Um Beijo Roubado. Como daquela vez, sou a primeira no cinema. Calor, silêncio, naquele dia escrevi: o vazio não é o contrário do cheio, o vazio é o todo. Filme bom demais.
Cheguei cedo, depois de um convite que permaneceu sem resposta até quase o fim do filme. Um mate, vitrines e fui passar o tempo na livraria. Saí de lá com O Corpo Impossível embalado no plástico amarelo da Saraiva.
Ainda era cedo e folheava minha mais nova aquisição quando um cara de camisa listada sentou na outra ponta do banco. A camisa dele era um marco, algo que se via de longe, como o plástico amarelo da Saraiva. Sabe quando você percebe que alguém está querendo ler o que você está lendo? Pois é.
Subi, cheguei primeiro, relembrei a sensação do vazio que é o todo e logo as pessoas começaram a chegar com seus imensos baldes de pipoca e coca. Ah, hoje eu não resisti, e nem ontem.
O cara de camisa listada sentou na mesma fila que eu, algumas cadeiras para a direita.
O filme mostrou-se inconstante, momentos bons outros nem tanto, o final inesperado me agradou, apesar de.
Saí e recebi a resposta ao convite, tarde demais. E agora as contradições eram as minhas no pós-filme. Com frequência me ocorre de não definir se gostei ou não, por vezes demoro dias.
Enquanto andava ia escrevendo uma mensagem no celular e segurando o marco amarelo, desci a escada e fui descendo e descendo todas as escadas em direção à rua. Às vezes percebia o marco listado, que parecia observar meu caminho e depois passar a frente como se quisesse que eu o observasse também.
Até chegar à rua, quando ficou para trás. Nesse momento achei que estava sendo, mais do que observada, seguida.
Atravessei as ruas sem olhar pra trás em direção ao ponto de ônibus. Depois olhei e não vi nada além de outras camisas, outras cores, outros marcos. Subi no ônibus que me deixaria na esquina de casa. E aí ele também subiu e olhou para o desembarque a cada parada que o ônibus fez; foi só.
Desci primeiro, com O Corpo Impossível no plástico amarelo. Comprei uma coca zero. Pensei no marco, nos marcos e na falta de ação efetiva do camisa listada, e na minha também, talvez se a camisa fosse lisa.
* Sempre lembro do Márcio Ramos, do Vida Maria, quando penso isso.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
domingo, 2 de setembro de 2012
Desabafos de ontem
Às vezes olho em volta e não vejo quase ninguém. Outras vezes, ninguém.
Me pergunto se é assim mesmo ou se é um sentimento meu de solidão.
Mas eu me sentiria só se houvesse alguém?
Acho que não.
Não.
Às vezes não há ninguém.
Me pergunto se é assim mesmo ou se é um sentimento meu de solidão.
Mas eu me sentiria só se houvesse alguém?
Acho que não.
Não.
Às vezes não há ninguém.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
terça-feira, 28 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
sábado, 18 de agosto de 2012
Simples assim
O que a gente faz com amor não pesa.
E
"quando a gente gosta é claro que a gente cuida".
E
"quando a gente gosta é claro que a gente cuida".
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
sábado, 21 de julho de 2012
Noites mal dormidas
Adaptação de travesseiro... dor no pescoço.
Travesseiro antigo, fininho, velhinho foi substituído por um novo e "firme", mas é firme demais e dói meu pescoço. O da Nasa é mais baixo e menos firme, mas também é alto pra mim, também acordo incomodada. Sem travesseiro também não dá, embora o braço embaixo da cabeça faça um volume. Essa noite vou experimentar uma almofada...
Travesseiro antigo, fininho, velhinho foi substituído por um novo e "firme", mas é firme demais e dói meu pescoço. O da Nasa é mais baixo e menos firme, mas também é alto pra mim, também acordo incomodada. Sem travesseiro também não dá, embora o braço embaixo da cabeça faça um volume. Essa noite vou experimentar uma almofada...
quarta-feira, 11 de julho de 2012
10 anos Flip
Primeira vez que fui à Flip. Algumas vezes pensei em ir, mas, por isso ou aquilo não aconteceu. Agora foi. Reservei a pousada, olhei a programação, comprei ingresso para algumas mesas, busquei na Off algumas coisas que me interessavam, vi jornais. O espírito não era de assistir a tudo, já não tenho mais a ilusão de não perder nada, acho que nunca tive. Queria apenas não ter muitos horários a cumprir, andar livremente, visitar o Poeme-se no cais, olhar o mar, tirar umas fotos, comer camarão, passar pelo Armazém Paraty para comprar bijuterias (passei mas não comprei, preços para turistas endinheirados). Sem grandes ambições.
Vou adiantar que gostei muito e que minha falta de ambição foi praticada prazerosamente naqueles dias naquela cidade linda e vestida de verão.
Perdi o show de abertura, era Lenine, mas tudo bem. Assisti à conferência de Antônio Cícero e Silviano Santiago sobre o homenageado - Drummond -, e a fala sempre deliciosa de Veríssimo. Santiago falou sobre como o mito do começo que toca a liberdade e o mito da origem que trata da tradição coexistem na obra de Drummond. Cícero leu e comentou o poema A Flor e a Náusea (1945), e falou sobre a flor ser uma metáfora da poesia. Inevitavelmente, pensei no que um sonho me disse, certa vez, e que trago sempre comigo: flores são metáforas.
Mesa 1 - Escritas da finitude
Três escritores brasileiros, gostei bastante, a finitude é um tema que me interessa e os três tratam do assunto com a intimidade de quem já sofreu o suficiente para escrever bem. Gostei em especial do mineiro Carlos de Brito e Mello, mas também de Altair Martins e André de Leones, este diz que sua escrita é impulsionada pela transitoriedade e que olha para a finitude enquanto espera o fim.
Altair Martins fala da "morte anímica" e de como a literatura serve para fazer com que entendamos essas mortes. "Só a literatura pode ser ela mesma, não representa nada, ela é o que é."
Carlos de Brito e Mello fala da morte como possibilidade, diz que a morte compete ao vivo, que o que começa a partir da morte é uma narrativa, e que a morte é fundadora para quem fica. "A narrativa oferece algo a se fazer com a morte. A morte é sem tempo, sem espaço; a narrativa tem algum tempo e algumas espacialidades. A morte é sem destinação, a narrativa possibilita uma destinação, ao menos ao leitor."
Queria livros dos três.
Mesa 4 - Autoritarismo, passado e presente
Luiz Eduardo Soares e Fernando Gabeira mediados por Zuenir Ventura, só podia ser ótimo!!
Mesa 7 - Exílio e flânerie
Esta mesa tinha como tema-título o exílio, mas, parece-me que o exílio como deslocamento, como condição de ocupar um entre-lugar, permeou várias outras mesas.
Paloma Vidal e Teju Cole - ótimas descobertas. Comprei o "Mais ao Sul" da Paloma, ainda não li, depois eu conto. Tive vontade de comprar o "Cidade Aberta" do Teju, mas resisti a esse e a outros, não dava mesmo para trazer tudo.
Mesa 8 - Literatura e liberdade
Adonis e Amin Maalouf, não fiquei até o fim, não pelos autores, talvez pela distância entre mim e eles, não sei.
Lembrei que quando era adolescente cantava Tanto Mar com meus amigos. E escrevi:
O mar, ah... o mar
O meu lugar de mar
o ar
o amplo
o mar
calmo
sempre calmo é o meu mar
e acolhedor, e cálido
o todo
Mesa 10 - Cidade e democracia
Suketu Mehta e Roberto DaMatta com mediação de Guilherme Wisnik
DaMatta trouxe músicas que cantam cidades e lamentou-se por ter esquecido a que Caymmi canta a Bahia.
O "Bombaim Cidade Máxima" do Suketu Mehta me chamou. Reparei que, embora o tema cidades não esteja no centro da minha atenção no momento, tornou-se um possível próximo foco, vários livros sobre o tema me interessaram.
"A cidade é maior que qualquer individualidade." Roberto DaMatta
Levi Strauss foi citado a partir de uma colocação do Mehta sobre ruínas de Bombaim: "a modernidade já nasce arruinada, a construção e a ruína são simultâneas".
Mesa 13 - O avesso da pátria
Zoé Valdés e Dani Laferrière.
Aqui o tema de viver fora do país natal foi marcante. Gostei muito do Dani Laferrière.
Mesa 16 - A imaginação engajada
Francisco Dantas e Rubens Figueiredo
No momento em que tiver mais tempo para ler literatura comprarei "O passageiro do fim do dia" de Rubens Figueiredo, "... por mais distraído que fosse, ainda precisava de distração."
Gostei bastante da forma espontânea com que Francisco Dantas se colocou. Declamou Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto, elogiou o pessoal da pousada que "engomou" a camisa dele que chegou em Paraty "como se tivesse saído de uma garrafa" e lembrou-se de quando esteve em uma jornada literária no Rio Grande do Sul, onde emocionava-se todas as noites ao encontrar um "chocolatinho embaixo do travesseiro".
Mesa 18 - Entre fronteiras
Achei chato e saí logo.
Que bom! É a cura, pois tendo a ficar até o fim esperando que as coisas melhorem.
Na Flip Off fui na ciranda do grupo Os Coroas Cirandeiros, muito divertido! Conheci a autora Marcela Tagliaferri e comprei seu Exílio. Perdi o documentário sobre a poesia de Ana Cristina Cesar, uma pena.
Muitas fotos, o sol, as camisetas e botons do Poeme-se (www.poemese.com), além das pílulas diárias de poesia: "É o comer que faz a fome" Eça de Queiroz. O sarau no cais, os bonecos de material reciclado, a praia, a lua cheia, a praça.
Sorvete, um golinho de cachaça pra provar a Gabriela, café pingado da casa, camarão casadinho no Lapinha, os doces dos carrinhos, chocolates da Maga, o mar invadindo as ruas. A pulseira perdida, as tendas, a livraria, a exposição do Drummond na Casa da Cultura, o encontro com Ana Cristina Cesar e Clarice Lispector no Instituto Moreira Salles, vontade que Gigi também estivesse lá.
A foto com o Drummond, o passeio à beira-rio, o toque do sino de hora em hora, as igrejas, as pessoas perdidas naquelas ruas de pedras, os tropeços, as crianças.
Os livros que comprei:
A revolução do amor - por uma espiritualidade laica - Luc Ferry
Mais ao Sul - Paloma Vidal
O sentido de um fim - Julian Barnes
A vida naquela hora - João Anzanello Carrascoza
Uma superfície de gelo ancorada no riso - Hilda Hilst
Exílio - Marcela Tagliaferri
Descaminhar - Pedro Tostes
Lendas: Tradição Popular - Escola Municipal Nova Perequê
Fim de festa.
Uma história real com cara de ficção - sem surpresas. E, na manhã seguinte, apagão - real - na cidade: fim de banho gelado.
De volta pra casa na companhia sempre adorável de Juju.
Vou adiantar que gostei muito e que minha falta de ambição foi praticada prazerosamente naqueles dias naquela cidade linda e vestida de verão.
Perdi o show de abertura, era Lenine, mas tudo bem. Assisti à conferência de Antônio Cícero e Silviano Santiago sobre o homenageado - Drummond -, e a fala sempre deliciosa de Veríssimo. Santiago falou sobre como o mito do começo que toca a liberdade e o mito da origem que trata da tradição coexistem na obra de Drummond. Cícero leu e comentou o poema A Flor e a Náusea (1945), e falou sobre a flor ser uma metáfora da poesia. Inevitavelmente, pensei no que um sonho me disse, certa vez, e que trago sempre comigo: flores são metáforas.
Mesa 1 - Escritas da finitude
Três escritores brasileiros, gostei bastante, a finitude é um tema que me interessa e os três tratam do assunto com a intimidade de quem já sofreu o suficiente para escrever bem. Gostei em especial do mineiro Carlos de Brito e Mello, mas também de Altair Martins e André de Leones, este diz que sua escrita é impulsionada pela transitoriedade e que olha para a finitude enquanto espera o fim.
Altair Martins fala da "morte anímica" e de como a literatura serve para fazer com que entendamos essas mortes. "Só a literatura pode ser ela mesma, não representa nada, ela é o que é."
Carlos de Brito e Mello fala da morte como possibilidade, diz que a morte compete ao vivo, que o que começa a partir da morte é uma narrativa, e que a morte é fundadora para quem fica. "A narrativa oferece algo a se fazer com a morte. A morte é sem tempo, sem espaço; a narrativa tem algum tempo e algumas espacialidades. A morte é sem destinação, a narrativa possibilita uma destinação, ao menos ao leitor."
Queria livros dos três.
Mesa 4 - Autoritarismo, passado e presente
Luiz Eduardo Soares e Fernando Gabeira mediados por Zuenir Ventura, só podia ser ótimo!!
Mesa 7 - Exílio e flânerie
Esta mesa tinha como tema-título o exílio, mas, parece-me que o exílio como deslocamento, como condição de ocupar um entre-lugar, permeou várias outras mesas.
Paloma Vidal e Teju Cole - ótimas descobertas. Comprei o "Mais ao Sul" da Paloma, ainda não li, depois eu conto. Tive vontade de comprar o "Cidade Aberta" do Teju, mas resisti a esse e a outros, não dava mesmo para trazer tudo.
Mesa 8 - Literatura e liberdade
Adonis e Amin Maalouf, não fiquei até o fim, não pelos autores, talvez pela distância entre mim e eles, não sei.
Lembrei que quando era adolescente cantava Tanto Mar com meus amigos. E escrevi:
O mar, ah... o mar
O meu lugar de mar
o ar
o amplo
o mar
calmo
sempre calmo é o meu mar
e acolhedor, e cálido
o todo
Mesa 10 - Cidade e democracia
Suketu Mehta e Roberto DaMatta com mediação de Guilherme Wisnik
DaMatta trouxe músicas que cantam cidades e lamentou-se por ter esquecido a que Caymmi canta a Bahia.
O "Bombaim Cidade Máxima" do Suketu Mehta me chamou. Reparei que, embora o tema cidades não esteja no centro da minha atenção no momento, tornou-se um possível próximo foco, vários livros sobre o tema me interessaram.
"A cidade é maior que qualquer individualidade." Roberto DaMatta
Levi Strauss foi citado a partir de uma colocação do Mehta sobre ruínas de Bombaim: "a modernidade já nasce arruinada, a construção e a ruína são simultâneas".
Mesa 13 - O avesso da pátria
Zoé Valdés e Dani Laferrière.
Aqui o tema de viver fora do país natal foi marcante. Gostei muito do Dani Laferrière.
Mesa 16 - A imaginação engajada
Francisco Dantas e Rubens Figueiredo
No momento em que tiver mais tempo para ler literatura comprarei "O passageiro do fim do dia" de Rubens Figueiredo, "... por mais distraído que fosse, ainda precisava de distração."
Gostei bastante da forma espontânea com que Francisco Dantas se colocou. Declamou Guimarães Rosa e João Cabral de Melo Neto, elogiou o pessoal da pousada que "engomou" a camisa dele que chegou em Paraty "como se tivesse saído de uma garrafa" e lembrou-se de quando esteve em uma jornada literária no Rio Grande do Sul, onde emocionava-se todas as noites ao encontrar um "chocolatinho embaixo do travesseiro".
Mesa 18 - Entre fronteiras
Achei chato e saí logo.
Que bom! É a cura, pois tendo a ficar até o fim esperando que as coisas melhorem.
Na Flip Off fui na ciranda do grupo Os Coroas Cirandeiros, muito divertido! Conheci a autora Marcela Tagliaferri e comprei seu Exílio. Perdi o documentário sobre a poesia de Ana Cristina Cesar, uma pena.
Muitas fotos, o sol, as camisetas e botons do Poeme-se (www.poemese.com), além das pílulas diárias de poesia: "É o comer que faz a fome" Eça de Queiroz. O sarau no cais, os bonecos de material reciclado, a praia, a lua cheia, a praça.
Sorvete, um golinho de cachaça pra provar a Gabriela, café pingado da casa, camarão casadinho no Lapinha, os doces dos carrinhos, chocolates da Maga, o mar invadindo as ruas. A pulseira perdida, as tendas, a livraria, a exposição do Drummond na Casa da Cultura, o encontro com Ana Cristina Cesar e Clarice Lispector no Instituto Moreira Salles, vontade que Gigi também estivesse lá.
A foto com o Drummond, o passeio à beira-rio, o toque do sino de hora em hora, as igrejas, as pessoas perdidas naquelas ruas de pedras, os tropeços, as crianças.
Os livros que comprei:
A revolução do amor - por uma espiritualidade laica - Luc Ferry
Mais ao Sul - Paloma Vidal
O sentido de um fim - Julian Barnes
A vida naquela hora - João Anzanello Carrascoza
Uma superfície de gelo ancorada no riso - Hilda Hilst
Exílio - Marcela Tagliaferri
Descaminhar - Pedro Tostes
Lendas: Tradição Popular - Escola Municipal Nova Perequê
Fim de festa.
Uma história real com cara de ficção - sem surpresas. E, na manhã seguinte, apagão - real - na cidade: fim de banho gelado.
De volta pra casa na companhia sempre adorável de Juju.
domingo, 1 de julho de 2012
Branca de Neve
Um dia eu não gostei de ser chamada de Branca de Neve - a branquela, sem sal. Hoje gostei da Branca de Neve e o Caçador - delícia de filme. Delicadeza + beleza + força. E tinha o caçador, bem mais empolgante do que o, este sim sem sal, filho do duque. Esta Branca não é a que casa com o príncipe*, ela nasce princesa, como a outra, mas torna-se rainha pela luta e liderança. Essa Branca de Neve vale, essa une e fica inteira. Essa pode me denominar.
* li comentários sobre a possibilidade da parte 2, quem sabe ela casa com o caçador e o transforma em rei?!
* li comentários sobre a possibilidade da parte 2, quem sabe ela casa com o caçador e o transforma em rei?!
terça-feira, 19 de junho de 2012
Sobre mim
Eu me contradigo.
Meu corpo se contradiz.
Meu corpo sou eu.
Eu me contradigo.
Eu sou meus opostos, minhas ambivalências, minhas ações e desistências, minhas dúvidas e verdades.
Eu sou o fazer e desfazer que meu corpo elegeu como dinâmica, como meio de estar no mundo.
Meu corpo brinca.
Brinca com a condição de impermanência.
Cria e volta atrás, estranha e reconhece, distrai e concentra.
Se sei das minhas npersonas e gosto disso, por que olhar de forma diferente para o desejo do meu corpo também não ter certezas? Somos um múltiplo.
De W. Whitman:
"Eu me contradigo?
Pois muito bem, eu me contradigo.
Sou amplo, contenho multidões."
Meu corpo se contradiz.
Meu corpo sou eu.
Eu me contradigo.
Eu sou meus opostos, minhas ambivalências, minhas ações e desistências, minhas dúvidas e verdades.
Eu sou o fazer e desfazer que meu corpo elegeu como dinâmica, como meio de estar no mundo.
Meu corpo brinca.
Brinca com a condição de impermanência.
Cria e volta atrás, estranha e reconhece, distrai e concentra.
Se sei das minhas npersonas e gosto disso, por que olhar de forma diferente para o desejo do meu corpo também não ter certezas? Somos um múltiplo.
De W. Whitman:
"Eu me contradigo?
Pois muito bem, eu me contradigo.
Sou amplo, contenho multidões."
terça-feira, 12 de junho de 2012
Elaborações...
Sonhei com o novo projeto,
com faltas,
com tomada de posição,
com assumir escolhas.
Sonhei com um abraço.
com faltas,
com tomada de posição,
com assumir escolhas.
Sonhei com um abraço.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Vamos cantar?
Canto Coral
De 20 a 20mil hertz – Uma vivência musical
Convidamos você para conhecer e participar de nossa proposta de trabalho com a música, que inclui e vai além de aprender a cantar.
A música pode atuar como ponte, um meio de integrar as experiências do dia a dia a conteúdos subjetivos, e também como combustível de alegria e força dionisíaca de vitalidade. Cantar em grupo oferece ricas oportunidades para trabalhar de maneira leve a harmonização de aspectos importantes para a qualidade de vida.
Um dos objetivos de nossa proposta é oferecer o canto coral como agente de mudanças, acolhendo o movimento transformador inerente a uma atividade lúdica de criação em grupo.
Que tal cantar e...
* Experimentar a música em grupo.
* Envolver-se em uma atividade prazerosa.
* Experimentar música com a vibração do seu corpo.
* Vivenciar o cantar como ferramenta de organização dos afetos, dos conflitos, das ideias.
Venha conhecer nossa proposta!
Público alvo: Pessoas que gostem de cantar
Facilitadores
Caroline Tavares CRP 14314/05 | psicóloga, arteterapeuta, practitioner de Bach
Marco Aurélio Zago CRP 38380/05 | psicólogo, filósofo, músico
Aula experimental gratuita para formação de grupo:
Sábado, dia 16 de junho, de 10h30 às 12h
Confirme sua presença pelos e-mails:
Local: Ingá - Niterói
Divulgue!! Participe!!
terça-feira, 22 de maio de 2012
Sobre dores e urgências
O tempo do médico é outro, é diferente do tempo do "paciente". Não que o paciente seja impaciente, mas é ele que sente na pele. O médico sente em outro lugar, não sei bem aonde. Se ele julga que não há gravidade ou perigo de vida, não se importa muito com o viver, com cada minuto que o paciente tem pela frente. Mas, pergunto: como esperar até amanhã só por saber que não há perigo de vida?
sábado, 19 de maio de 2012
O medo, esse bobo
Em algumas pessoas o medo se mostra como impaciência e irritabilidade, e, quase sempre, essa irritação é dirigida aos próximos na forma de agressividade.
Medo, puro medo que não se sabe medo, não se reconhece como tal.
domingo, 6 de maio de 2012
sábado, 5 de maio de 2012
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Cem dúvidas e sem certezas
Alguém que ande pelas margens, beirando n possibilidades sem (querer) optar - para não perder ou para não ganhar?
Esse alguém, não é um alguém que eu gostasse da companhia, pois que parece escorregar e deixar escoar a vida, as alegrias, ao menos.
Talvez se guarde, talvez tema o sofrimento; talvez nem sofra, olhando à distância, sentindo com reserva, tocando sem pegar.
Fantasias.
Máscaras?
Não que eu tenha certezas.
Esse alguém, não é um alguém que eu gostasse da companhia, pois que parece escorregar e deixar escoar a vida, as alegrias, ao menos.
Talvez se guarde, talvez tema o sofrimento; talvez nem sofra, olhando à distância, sentindo com reserva, tocando sem pegar.
Fantasias.
Máscaras?
Não que eu tenha certezas.
domingo, 22 de abril de 2012
Amor Líquido
"Desejo e amor encontram-se em campos opostos. O amor é uma rede lançada sobre a eternidade, o desejo é um estratagema para livrar-se da faina de tecer redes. Fiéis a sua natureza, o amor se empenharia em perpetuar o desejo, enquanto este se esquivaria aos grilhões do amor.
(...)
Estar 'conectado' é menos custoso do que estar 'engajado' - mas também consideravelmente menos produtivo em termos da construção e manutenção de vínculos.
(...)
Os estranhos não são uma invenção moderna, mas aqueles que permanecem estranhos por um longo período,ou mesmo perpetuamente, são."
Zigmunt Bauman
(...)
Estar 'conectado' é menos custoso do que estar 'engajado' - mas também consideravelmente menos produtivo em termos da construção e manutenção de vínculos.
(...)
Os estranhos não são uma invenção moderna, mas aqueles que permanecem estranhos por um longo período,ou mesmo perpetuamente, são."
Zigmunt Bauman
domingo, 15 de abril de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Fragmentos de escritos
Eu quero o mundo.
E, ao mesmo tempo, não quero quase nada.
O essencial e um carinho a mais, é o que basta.
As nuvens raptaram a lua cheia.
Quero um raptor, alguém que me trague, que me leve, que me traga alegria leve.
Sinto falta de alguém para andar junto.
Queria com.
[nesses dias de escrita diária, percebi 3 movimentos: o ilustrado acima, o da série de 6 raios x, e um sonho que tinha como centro 3 palavras: Era Eva Evandro]
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Medicina diagnóstica 3
Hoje fiquei 3 horas esperando para ser atendida na Clínica Artro, na Rua Cinco de Julho, em Niterói.
É um absurdo.
Por que nos submetemos a isso?
Por que os médicos, clínicas, planos de saúde ou quem de direito não reavalia os critérios de atendimento?
Por que não reavaliamos nossos critérios?
Cansei.
Não pretendo mais ir à Artro e pretendo diminuir muitíssimo minhas consultas e exames. Eles fazem mal a minha saúde.
domingo, 8 de abril de 2012
Reflexões em noite de lua cheia
As nuvens raptaram a lua cheia.
Quero um raptor, alguém que me trague, que me leve, que me traga alegria leve.
06.04.12
sábado, 7 de abril de 2012
Sábado de Aleluia - Malhação de Judas
(...) acho que acordei com a sensação de poucos amigos, poucas respostas, (...), meio Judas, meio Jesus e todo mundo traído. Meio na cruz.
(...) , desapego. Difícil.
Fui arrumar umas coisas, lavar a louça, (...), guardar o que não está sendo usado, trocar a colcha da cama. Alívio. Precisava aterrar, (...) contrabalançando o trabalho dos dias anteriores (...)
Os opostos, o equilíbrio, o exercício diário. Não cair na armadilha.
...
MÚSICA!
UFA!
p.s.: o trabalho dos dias anteriores intitula-se:
Perfis - Outra forma de contar o tempo.
Qualquer hora mostro aqui.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Lua Cheia
domingo, 1 de abril de 2012
Corpo
Revisitando o trabalho com e sobre o corpo, agora através da música. Reencontro com Dioniso. Feliz!
segunda-feira, 26 de março de 2012
Alegria e presença
Sonho
E um querer sem compromisso me visita
Leve e presente
Desejo um certo alguém.
domingo, 25 de março de 2012
"se quiseres ser feliz, não analises"
procurando repertório
repertório enorme
sem explicação
confetes, serpentinas
beijos!!!!!!
Era óbvio
Brincando com o novo repertório
O que você quer saber de verdade?
Não é proibido.
Seu olhar Não Era óbvio.
Tudo novo de novo,
Seja feliz.
Quase-encontro
E o menino correu para encontrar a mãe.
E correu e correu.
Mas foi impedido.
Corte.
Depois ainda acreditou ser possível.
Até o ponto em que desistiu, novamente impedido pelas circunstâncias.
Parada.
A tentativa de tirá-lo do exílio, de mostrar-lhe outra direção - a de Eros e Dioniso - foi em vão.
O menino refugiou-se em Maya.
E era verão.
quarta-feira, 14 de março de 2012
Doença autoimune e autorreconhecimento
Estou triste porque o Anselmo se foi em decorrência de uma doença autoimune - a doença de Still. Ficou quase três meses no hospital e agora deixou Carol com os gatinhos.
Síndromes autoimunes podem ser graves ou não; podem ser sistêmicas; são crônicas e produzidas por anticorpos que falham no reconhecimento do próprio organismo; as causas não são conhecidas, em algumas fala-se em tendência familiar; estão descritas no campo da reumatologia e são de difícil diagnóstico, talvez por poderem apresentar grande quantidade de sintomas em diferentes tipos de associações.
Eu tenho uma doença autoimune, a síndrome de Sjögren, por isso já li muito sobre o assunto, ouvi médicos, fiz exames, entendo a "lógica" da síndrome e estou feliz por ela se manifestar de forma muito branda em mim, já conversei e ouvi relatos de outros portadores e sei que a autoimunidade pode gerar quadros severos.
Ouço algumas pessoas dizerem que a causa é o estresse, que não podem ficar nervosas para não desencadear a doença. Acho que há uma pequena confusão sobre isso. Não é o simples ato de "ficar nervoso" que detona a doença, a coisa toda é mais sutil e, paradoxalmente, complexa. Creio que o estresse pode causar todas ou quase todas as doenças por se tratar de uma condição desestabilizadora, e o organismo em desequilíbrio está mais suscetível a adquirir e produzir doenças. Talvez seja difícil encontrar a palavra melhor para a condição promovedora das autoimunes, e aí facilita usar o termo estresse que significa quase tudo que se possa pensar em termos de causas e sintomas.
O ponto crucial das autoimunes está relacionado ao RECONHECIMENTO próprio. É preciso estar atento a isso: autorreconhecimento. Muito além do que se acredita comumente, o sistema imunológico é uma rede inteligente, e não apenas um sistema de defesa. Não há defesa sem reconhecimento. Eu tenho pensado em mim e na minha condição de portadora de doença autoimune a partir desta perspectiva.
quarta-feira, 7 de março de 2012
Ressaca
A minha última ressaca - há muito tempo - levou-me a optar pela consciência e eu parei de beber. Fiquei anos sem beber nada que contivesse álcool. Depois abri algumas exceções em ocasiões especiais e, pensando bem, em algumas nem tão especiais assim.
Bom, fato é que não bebo. Não bebi hoje, nem ontem, nem no último mês. Mas hoje estou de ressaca. É uma vaga sensação de que algo não está como deveria, sensação de estranheza, uma coisa meio lenta, ou melhor, parada no ar, um peso nos olhos, como se tivesse chorado horrores.
Vou caminhar pra espantar a uruca...
Vou encontrar a lua cheia!...
Será que estou assim por influência dela?
Ela rege meu signo, cuidadora dos ciclos, dos ritmos, das emoções, do inconsciente, dos mistérios.
É, pode ser.
quinta-feira, 1 de março de 2012
Sinto-me um personagem de desenho animado
Sabe quando um personagem de desenho animado escorrega numa casca de banana e cai estatelado de costas no chão? Pois é. Algo assim aconteceu comigo ontem, sinto-me um personagem de desenho animado.
Assustador. Essas coisas acontecem com a gente de verdade.
Devido a um acidente doméstico, a área de serviço ficou cheia d'água, então fui tirar a água com o rodo - detalhe importante: a água continha sabão. Quando meus pés saíram do chão pensei: não posso bater com a cabeça, para, em seguida, ser totalmente contrariada pela realidade e bater, com toda força, com a cabeça no chão. Levantei rápido, sentia-me levemente aérea, com a cabeça meio ardida - ali pelo lobo occipital e parietal, mas estava bem. Achamos melhor ir ao hospital.
Minha pressão estava ligeiramente alta, talvez pelo susto, recebi uma pulseirinha verde - indicativa de urgência e perigo de morte (eu acho que qualquer coisa na cabeça eles colocam esta referência), o atendimento médico não demorou muito, ele pediu uma TC. Aí, mesmo com a dita pulseirinha só fui chamada para o exame 2 horas depois... O médico da emergência viu as imagens e/ou conversou com o radiologista e me disse que estava tudo bem, que "foi só a pancada". SÓ????? Voltei pra casa com uma receita de anti-inflamatório e me sentindo melhor.
Dormi e acordei de repente na hora de tomar o remédio. Tinha tido um sonho, uma viagem, um evento em Fortaleza, muitas pessoas conhecidas ou não, uma surpresa e uma história quase-real. Acordei com a sensação de estar no passado... a pancada me fez errar o tempo da vida? Mas foi rápido, logo logo tomei o anti-inflamatório e voltei ao presente.
Estou com dor nas costas e no pescoço, deve ser pela batida forte; e os movimentos rápidos me incomodam. Mas, passou o período de 24 hs de observação e eu não desmaiei e não vomitei, isso é ótimo sinal, segundo o médico que me atendeu na emergência.
Não tive lapsos de memória, ainda sei quem sou e onde moro, reconheço as pessoas e não perdi a noção de tempo.
Ontem tomei sorvete e hoje comprei 3 barras de chocolate, mas isso não é sinal de que meu cérebro está funcionando diferente do normal, ao contrário... Isso é sinal de um mau hábito de recompensa através de comida, especificamente doces, hábito adquirido no início da vida, quem sabe ainda intra-útero, e passado de geração em geração.
Como nos desenhos animados, o tombo foi um episódio isolado e sem consequências. Ainda bem!
domingo, 26 de fevereiro de 2012
25.02.12
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Viver é impreciso
Tem gente que gosta de viver de sonhos, projeções, encantamentos, no plano das ideias. Apenas. Satisfazem-se assim. Ou só sabem ou conseguem assim. Eventualmente um ou outro momento no plano real, das experiências palpáveis, das realizações. Mas essas experiências mais envolventes, que envolvem todos os sentidos, fazem perder o sono. Então, eles voltam, rapidamente, para o mundo dos sonhos - lugar menos perigoso.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Ex-amores
Me peguei pensando nos meus ex-amores. Andei lendo uns e-mails antigos. Aí fiquei com isso na cabeça. Talvez porque esteja aberta a um novo amor, como disse o filme ontem: "eu estou esperando alguém".
Podemos ter tantos amores, não é? Sentir tantas vezes paixão. Desde o da infância, talvez platônico; até o mais recente, talvez breve promessa. Alguns de nós mais, outros menos, mas, todos temos ex-amor(es). E todos viramos poetas. Ah, as poesias de amor! Talvez a expressão mais sublime do humano. E, do outro lado, as vozes da separação - quase sempre a nossa pior voz.
Quantas vezes já pensei que fosse para sempre? Não todas. Quase. Mas, como "sempre não é todo dia", há de se aprender o desapego. Do objeto/sujeito da paixão, da história, da rotina, das promessas, sonhos e expectativas. As lembranças não precisam ser esquecidas. Será? Talvez precisem, para que possamos seguir. Para, cedo ou tarde, encontrarmos o próximo amor que, este sim, durará para sempre.
Uns são longos e rasos; outros, rápidos e marcantes. Sim; há os longos e marcantes. Já os rápidos e rasos talvez devam pertencer a outra categoria que não a do amor. Paixões. É, estas podem ser rasas e rápidas. Há as paixões proibidas, mas inevitáveis, aí é preciso olhar no espelho diariamente, pela manhã, e repetir: não me apaixonar, não me apaixonar, não me apaixonar de verdade. Funciona.
Dava pra ficar aqui escrevendo muito mais sobre o tema. Mas, é recomendável não se ater muito aos ex. Afinal, passou. Eu acho que ex é ex, status imutável, mas há quem discorde. Talvez seja por isso que eu demore um pouco a dar como encerrada uma história.
Estou pensando num livro que una fragmentos de amores - hoje ex.
Todo amor é verdade. E toda verdade é mutável.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
É carnaval
Fui caminhar na areia. Atravessei a praia e cheguei junto ao mar. No ipod Lenine, Marisa Monte, mas, as ondas queriam conversar. Desliguei a música. O som do mar me ganhou. Observar o mar com suas ondas calmas insistindo, vez ou outra, em elevar a maré; o céu ainda claro querendo anoitecer com suas nuvens rosas; a outra cidade ao lado com suas montanhas e luzes; crianças e seus montinhos de areia; pessoas passeando, admirando, fotografando, pescando, brincando. A praia tem seu próprio ritmo e hoje ritmo tranquilo de gente que parece só querer aproveitar a vida, o momento; sem os circuitos e seus bambolês e pessoas correndo de costas e pulando cones. Presença. Me senti (n)aquele cenário, (n)aquela paisagem. Eu, o mundo, as outras pessoas, sem identidades, éramos todos um cenário. Ninguém queria saber sobre mim e eu não queria saber sobre ninguém, existíamos assim, no todo, presença sem particular. E os sons das ondas, das crianças, dos cachorros; as vozes. A primeira estrela e a noite ainda era clara, o mar ainda convidava à permanência naquele cenário. E o cheiro do mar me tirou daquela realidade e me levou a lembranças, memórias muitas, distantes e nem tanto, de fatos, de sensações, de pessoas, de épocas, de outros cheiros - de tangerina, por exemplo. E uma sensação de pertencimento me afetou, por causa daquele cheiro de mar que é lembrança antiga. O meu lugar é um lugar de mar, de andar ao lado do mar, de sentir o cheiro e o som e dormir com as ondas batendo. Um lugar com mar é o meu lugar. Esse mar é o meu mar - calmo, que me convida, que me inspira, que me deixa andar junto e brinca comigo molhando meus pés. Um lugar com a brisa do mar é o meu lugar, porque lá minhas memórias me lembram do particular, do íntimo, mas não me tiram do cenário. Lá eu sou cenário, mas pertenço. Noite escura, estrelada, linda!, noite acolhedora que ainda me chama. A noite é o sujeito e eu sou o seu cenário. Ficções.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Sentido para a vida
Às vezes eu queria ser do tipo que é levado pelo fluxo, que diz "não tem outro jeito, é assim mesmo"...
Às vezes, por milésimos de segundos, parece tão mais fácil...
Você tem essa sensação?
Aí, 3 segundos, respiração, e ... volto a mim!!
E vejo que melhor mesmo é viver de forma que faça sentido!
Bora fazer a vida ter sentido!!
domingo, 12 de fevereiro de 2012
O encontro com a deusa
"A mulher representa, na linguagem pictórica da mitologia, a totalidade do que pode ser conhecido. O herói é aquele que aprende. À medida que ele progride, na lenta iniciação que é a vida, a forma da deusa passa, aos seus olhos, por uma série de transfigurações: ela jamais pode ser maior que ele, embora sempre seja capaz de prometer mais do que ele é capaz de compreender. Ela o atrai e guia e lhe pede que rompa os grilhões que o prendem. E se ele puder alcançar-lhe a importância, os dois, o sujeito do conhecimento e o seu objeto, serão libertados de todas as limitações. A mulher é o guia para o sublime auge da aventura sensual. Vista por olhos inferiores, é reduzida a condições inferiores; pelo olho mau da ignorância, é condenada à banalidade e à feiura. Mas é redimida pelos olhos da compreensão. O herói que puder considerá-la tal como ela é, sem comoção indevida, mas com a gentileza e a segurança que ela requer, traz em si o potencial do rei, do deus encarnado, do seu mundo criado."
Joseph Campbell em O Herói de Mil Faces
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Promessas e possibilidades
Sete e meia da manhã. Olhar o Rio, à distância, num dia de sol, é claro, reluz. É só branco - cimento e areia e azul - amplidão. É nítido - promessas e possibilidades.
No Mar, barCos - movimento e placidez.
Aqui, em mim, realidade. Cores, cheiros, sons, gente.
Rotinas, surpresas, promessas e possibilidades.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Re-inauguração de mim
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Tempos e Processos
Hoje, 19 de janeiro de 2012, querendo localizar um escrito encontrei outro, de 19 de janeiro de 2008, que se segue:
Nasci em meio ao golpe militar. Pari no tempo da liberdade, da democracia. Meus projetos, filhos, desejos são libertos, são para si e para o mundo, têm possibilidade de expressão e desenvolvimento com liberdade. Não concebo a imposição.
No entanto, que estranho, tenho agora algum sentimento de aprisionamento. Eu própria não consegui me libertar por completo. O que posso fazer agora para me livrar?
Exatos 4 anos depois, sinto-me muito melhor!!
sábado, 14 de janeiro de 2012
"A pele que habito" *
* filme de Almodóvar e ótimo título para este post.
Olá tudo que gosto! Voltei!
"Meu coração lá de longe faz sinal que quer voltar." 1
Nunca tinha montado esse "quebra-cabeça", sempre fazia quadro a quadro. Agora resolvi colocar na parede e descobri seu real tamanho (1m50x1m68).
A questão não é que "o todo é maior que a soma das partes", e sim, que a soma das partes é maior do que eu supunha.
Pronto, agora posso voltar a seguir pelo meu caminho; depois de pegar atalhos desérticos com tempestades de areia, sol escaldante, miragens, pouca água e pouca sombra, ambiente árido e raríssimos oásis.
"Partir para o deserto | É partir | Para o mais longe | De si mesmo." 2
Mas, a bagagem não vem vazia, desertos ensinam, ninguém sai impune deles.
"No deserto, a criatura humana se despoja de si, enfrenta seus demônios e forja a própria identidade." 3
De volta. Melhor.
"A paz invadiu o meu coração." 4
1 Arnaldo Antunes
2 Jean-Yves Leloup
3 Idem
4 Gilberto Gil
Sobre a feitura ou modo de fazer:
Acertar a colocação não é fácil.
É preciso precisão.
Uma mínima diferença põe o todo a (se) perder.
E é preciso começar de novo, um a um, questão de milímetros.
O tempo do relógio não é suficiente.
O colorido surge, olhos e boca.
Não é fácil.
A boca é a última cor a se formar.
Dificuldade.
Boca - lugar da voz, do sopro.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Mudanças
Há algum tempo quero mudar uma parede do meu quarto. Mas essas coisas têm seu próprio tempo. Primeiro eu não queria mais da maneira que estava, mas não tinha resolvido o que colocar. Aí as ideias começaram a surgir, na verdade, a ideia surgiu, pensei em algumas possíveis variações mas o trabalho era aquele.
Ontem, quando deitei, decidi a versão. É hora de trabalhar numa imagem que eu julgava pronta, apesar de inacabada. Interessante, um trabalho de 2006 vai voltar para ser completado. Realmente, 2006 foi um ano que marca uma mudança em mim e/ou na minha vida.
Sei que há tempos estou no processo de "voltar a mim", estou chegando lá (ou aqui!... rs).
Tirar tudo dessa parede faz parte disso, embora ela seja de final de 2008, talvez quando tenha iniciado o processo de "sair do surto"... É, o caminho é longo, sempre, pra mim é.
Algumas marcas surgem na parede e é preciso dar conta delas, para que não atrapalhem a realização atual. Acho que vão atrapalhar... Sabe aquela "casquinha de machucado"? Outro dia um amigo meu falou que a arte e os relacionamentos podem machucar.
Algumas coisas estão muito coladas é preciso força para arrancar. E o que fazer com tudo isso que não tem mais lugar ali? Destino: lixo. Porque, gente, o desapego faz bem à saúde. E o que não serve mais precisa ser recolhido ao lugar de "coisas que não devem mais ocupar espaço na sua vida". Estou pensando nos reflexos que essa parede pode ter causado na minha cama, é a parede da cabeceira.
Eu não tenho muita força nos braços e mãos mesmo, acabei com meus dedos... preciso de um assistente de atelier; e de um atelier também...
Ah! A cama está intacta! Ainda bem, porque não pretendia trocá-la.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
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